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Latifundiários

Bancada do latifúndio anuncia oposição ao governo Lula

O latifúndio declarou sua intenção de sabotagem contra Lula. A fala de Lupion demonstrou que a sabotagem será a marca registrada da direita contra o governo.

Na última segunda-feira, dia 31/01, o Deputado Federal Pedro Lupion, do PP do Paraná, deu uma entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo em que afirmou estar preparando a bancada dos latifundiários, pomposamente chamada de Frente Parlamentar Agropecuária (ou bancada ruralista), para um verdadeiro enfrentamento ao governo do Presidente Lula, considerado pela bancada do latifúndio como um governo “ideologizado e radicalizado”.

Pedro Lupion, que atualmente preside a bancada dos latifundiários no Congresso Nacional, acusou o governo Lula de ter uma atuação “ideologizada e radicalizada” no sentido de esvaziar o Ministério da Agricultura, e afirma que o seu interesse e o interesse dos latifundiários em geral é reverter as medidas tomadas no primeiro mês do mandato.

Em tom de ameaça e enfrentamento, Lupion declara seus interesses que não podem ser analisados se não como interesses de sabotagem do governo eleito pela maioria do povo trabalhador, impedindo Lula de governar e inclusive visando reverter as medidas tomadas por Lula.

A bancada dos latifundiários, conhecida como Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) é a maior bancada no Congresso Nacional, contando com 158 deputados eleitos na atual composição, e já busca se articular para anular as mudanças promovidas pelo governo do Presidente Lula. Pedro Lupion, que assumiu a frente da bancada dos latifundiários nesta quarta-feira, dia primeiro, acusou Lula de ter iniciado seu governo com marcas de “radicalismo ideológico” contra o setor que Lupion representa, e que já conseguiram esvaziar o poder do Ministério da Agricultura. 

Pedro Lupion é herdeiro de um dos mais poderosos clãs do Paraná, conforme levantam inúmeras pesquisas, com sua riqueza entrelaçada com o Estado burguês e seus mecanismos de transferência de riquezas do povo para a burguesia. Seu pai, Abelardo Luiz Lupion Mello (PFL), é neto do ex-Governador Moysés Lupion, a maior fortuna do Paraná no início da década de 1940, grande proprietário e pecuarista. Um dos principais articuladores da bancada ruralista no Congresso Federal, Lupion foi apontado com tendo sido beneficiado pelas empresas Monsanto (que teriam vendido uma fazenda ao Deputado em condições mais vantajosas que as de mercado) e Nortox, fabricantes de agrotóxicos, conforme levanta o artigo científico do sociólogo Ricardo Costa de Oliveira, que desvenda as amarras entre famílias e seus esquemas de perpetuação na política paranaense, “Famílias, poder e riqueza: redes políticas no Paraná em 2007.”

Além de ser parte do latifúndio, Lupion sempre foi alinhado a política de Bolsonaro.

Ele declarou que tem em vista articular sua bancada para o retorno do Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (CAR) para o Ministério da Agricultura, que centraliza as ações de regularização fundiária e foi transferido para o Ministério do Meio Ambiente, além da retomada de dois órgãos que o Ministério da Agricultura também perdeu, mas para o Ministério do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar.

“Estamos com as medidas prontas. Para além da questão ideológica, o que tem nos preocupado bastante é essa nova composição da Esplanada e o enfraquecimento claro e real do Ministério da Agricultura”, afirmou Lupion.

Lupion acredita que, mesmo no primeiro semestre desse ano, a bancada dos parlamentares ligados aos interesses do latifúndio terá força política para aprovar projetos que tratam da regularização de agrotóxicos e da regulamentação ambiental. Buscando levantar ameaças, ele ainda disse que “se for para radicalizar mesmo, nós também sabemos radicalizar. Eu imagino que, para o governo, não seja bom brigar com o agro do Brasil inteiro. É uma escolha que eles vão ter de fazer.”

Lupion também reclama que os Ministérios que ganharam os órgãos pertencentes anteriormente ao Ministério da Agricultura são “ideologizados”, e carecem de uma composição técnica. É evidente que, para ele, a composição técnica seria que toda a pasta estivesse nas mãos dos mandos e desmandos do latifúndio, eles, sim, tem a técnica que interessa a bancada do latifúndio.

Enfim, vale destacar o que disse Pedro sobre a estratégia a ser seguida:Temos emendas parlamentares prontas para derrubar, que foram feitas por meio de medida provisória. Vamos a plenário com essas emendas, para comissões especiais, para o plenário. E se algo foi feito por meio de decreto, vamos apresentar um projeto de lei para derrubar. Já avisamos ao presidente da Câmara, Arthur Lira, que vamos fazer isso. Temos de, minimamente, reverter o estrago já feito. Quem tem maioria, grita. Quem tem minoria, usa o regimento e tenta se fazer valer. É óbvio que tudo isso vai passar por muita negociação, mas a nossa iniciativa será essa.

No restante de sua entrevista, Lupion ataca Paulo Teixeira e os movimentos dos camponeses pobres e sem-terra, dizendo que o Ministério da Agricultura deve trabalhar para assegurar a propriedade de quem a tem e os livrar “desse tipo de movimento.

O que fica claro é que Lula terá um agudo confronto com os latifúndios, e dependerá da mobilização das massas para sair vitorioso desse enfrentamento, tendo em vista que a composição da bancada dos latifundiários equivale a quase que um terço do Congresso Nacional. A fala de Lupion também deixa claro que a direita não está com medo de arregaçar as mangas para trabalhar no golpe contra Lula, e que a sabotagem será sua marca registrada em seu enfrentamento contra o Presidente.

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