Histeria identitária

Após Cuca, imprensa mira jugular de Luxemburgo

Retornando ao Corinthians, a imprensa aproveitou a onda histérica, de cancelamento identitário e caça às bruxas, para tentar desmoralizar Luxemburgo

A campanha histérica que fez o treinador Cuca pedir demissão do Corinthians agora visa atacar Vanderlei Luxemburgo, anunciado como novo técnico do Timão nesta segunda-feira (2). Luxemburgo é um dos melhores treinadores brasileiros das últimas décadas. Na década de 1990 e início do Século XX, Luxemburgo ganhou tudo o que podia: Copa América (1999) pela Seleção Brasileira, Brasileirão (1993, 1994, 1998, 2003 e 2004) com Palmeiras, Corinthians, Cruzeiro e Santos, entre diversos títulos estaduais.

Mesmo com trabalhos não tão convincentes na última década, Luxemburgo continua sendo uma personalidade influente do futebol brasileiro, espalhando suas ideias em entrevistas e denunciando com firmeza a infiltração do futebol estrangeiro no Brasil; a deturpação histórica de que o “futebol moderno” teria sido fundado na Europa; entre outros temas. Sua personalidade firme sempre o levou a ser atacado duramente pela imprensa ao longo de sua carreira.

Agora, retornando ao Timão, a imprensa aproveitou a onda histérica, de cancelamento identitário e caça às bruxas, para tentar desmoralizar Luxemburgo. Isso porque, na década de 1990, Luxemburgo teria “assediado” uma manicure. O técnico, no entanto, assim como Cuca (cujo suposto crime na Suíça prescreveu), não deve nada à Justiça, pois foi absolvido.

Neste sentido, o “esquerdista” Juca Kfouri, que assim como Walter Casagrande trabalha para a imprensa imperialista contra o futebol nacional, publicou uma coluna no Uol (da Folha de S.Paulo) contra o treinador.

“Gravíssimo é ver o Corinthians contratar alguém condenado, e inelegível por oito anos a qualquer cargo público, por fraude eleitoral e que já foi condenado por sonegação fiscal e por manifestação homofóbica contra um árbitro”, escreveu. “Do assédio à manicure, que voltará à baila, registre-se, Luxemburgo foi absolvido na justiça dos homens”, continuou.

Kfouri, assim, repete a propaganda direitista da Lei da Ficha Limpa, que tirou o presidente Lula ilegalmente das eleições de 2018, e do identitarismo, patrocinado pelo imperialismo norte-americano. A lógica dos canceladores modernos, que se inspiram na inquisição medieval, é que o indivíduo considerado “imoral”, a critério dos interesses mesquinhos que se busca impulsionar, deveriam ser totalmente excluídos da vida pública.

Porta-voz do imperialismo norte-americano, a CNN apelou para a questão do suposto assédio à manicure. O portal dos Estados Unidos foi atrás da manicure, que acusou Luxemburgo do crime do qual foi absolvido pela Justiça, para uma entrevista exclusiva para tratar sobre os supostos ocorridos do ano de 1996.

Fato é que a perseguição a Luxemburgo não é a de agora. Às vésperas da Copa do Mundo de 2002, “Vanderlei Luxemburgo teve problemas no âmbito particular. Primeiro, as rusgas com alguns jogadores, que não toleravam o ego do treinador. Depois, um escândalo de assédio sexual, denunciado por uma manicure. Mais tarde, uma acusação de falsidade ideológica […] Por fim, suspeitas de sonegação de impostos, época em que seu nome até foi citado em uma CPI que acontecia em Brasília”, escreve Lycio Vellozo Ribas em seu livro “O mundo das Copas”. A pressão contra o treinador repercutiu em campo e a Seleção diminuiu de rendimento, tendo o treinador de sair do comando da Canarinho.

Fica claro que ocorre no Brasil um ataque aos tradicionais treinadores nacionais, justamente em um momento em que se busca impulsionar a vinda de treineiros estrangeiros medíocres (algo que Luxemburgo tem criticado incisivamente).

Após Cuca, a imprensa burguesa, como um predador felino insaciável, agora mira a jugular de Luxemburgo.

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