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A "humanidade" dos poderosos

A comoção seletiva do Estadão

Colunista do Estadão acredita nas "empatias" para resolver o conflito, enquanto não tem nenhuma empatia pelo povo oprimido da palestina

O jornal golpista Folha de S. Paulo, publicou, nesse dia 19, uma coluna assinada por Juliana de Albuquerque chamada “Empatia com um lado da guerra pode levar a nova tragédia”.

A autora tenta inocentemente transformar uma análise do conflito atual, ou de qualquer conflito, numa análise sobre os sentimentos que as pessoas têm. A “empatia” pode ser um estímulo negativo, fazendo alguém se colocar ao lado de outra pessoa sem medir as razões:

“Uma das principais limitações da empatia é que ela nos predispõe à parcialidade. Em uma situação do dia a dia, isso talvez não tenha muita importância. (…) No entanto, se pararmos para pensar em contextos mais amplos, nos quais estariam em jogo o clamor por reparação, liberdade e bem-estar de multidões de desconhecidos, ao exemplo do que acontece atualmente no Oriente Médio, então tudo fica infinitamente mais complexo, pois a expressão da nossa empatia, ainda que justificada, pode acabar prejudicando a solução do conflito.”

A colunista morou em Israel e descreve como ficou preocupada e triste com o que aconteceu em 7 de outubro, “nada justifica o atentado”, afirma ela, demonstrando empatia pelos israelense e desprezo completo pelos palestinos, afinal, “nada justifica”.

“Mas, na internet brasileira, principalmente no Twitter, onde todo o mundo aparenta ter uma opinião formada sobre tudo, muita gente parecia acreditar que sim, o ataque à população civil israelense era justificado em nome da causa palestina, enquanto outro tanto de pessoas protestavam pela destruição de Gaza.”

A internet, sempre ela, responsável, na cabeça da classe média bem-pensante, pelos males do mundo. Quer demonstração de barbárie maior do que as pessoas expressando sua opinião e falando livremente nas redes? Provavelmente muito mais bárbaro do que jogar uma bomba num hospital.

O que a autora nem percebe é que essa consideração a coloca como uma espécie de privilegiada da opinião. Como ele tem o espaço num dos maiores órgão de imprensa capitalista do Brasil, ela considera suas opiniões melhores do que às das pessoas que falam na internet.

O que ela nem se dá conta – ou talvez se dê – é que a sua opinião é igual à qualquer coisa que essa grande imprensa está dizendo. Já a defesa dos palestinos está sendo dita na internet, nas redes sociais. Ele nem percebe que sua opinião não é nada mais do que a repetição do que os poderosos estão falando, já na internet, ao menos se pode emitir opiniões diferentes.

Não é questão de ter ou não empatia. É pura e simplesmente uma luta de interesses, e a autora, está ao lado dos interesses dos poderosos.

“Tudo isso em nome da empatia, como se a cega e a irrefletida adesão ao sofrimento das pessoas com as quais nos identificamos, sejam elas israelenses ou palestinas, fosse o suficiente para nos transformar em uma pessoa melhor e, por isso mesmo, moralmente legitimada a emprestar soluções para as dores do mundo, ainda que essas soluções possam resultar no recrudescimento de preconceitos extremamente nocivos e na eclosão de uma nova tragédia.”

Embora aderir à causa palestina não seja essencialmente um problema de ter empatia, devemos aqui explicar que se o problema fosse esse, qualquer ser humano equilibrado deveria ter empatia pelo sofrimento de um povo que teve sua terra roubada por poderosos, foram expulsos de sua terra e são martirizados há quase um século. O escravo desperta mais empatia naqueles que não concordam com a escravidão.

Mas até mesmo uma empatia pelos palestinos só pode estar fundamentada nos interesses de classe, na luta que esse povo vem travando há décadas. Os que estão com os poderosos, como é o caso da autora, tendem a ter mais empatia pelos opressores e encontram qualquer justificativa para apresentá-los como vítimas. Já os que estão com os oprimidos, sentem empatia pelos esmagados.

Mas com o sem empatia, o que está em jogo no Oriente Médio é a luta de um povo controlado por um Estado fictício que foi criado pelo imperialismo para controlar as riquezas da região. É essa a única análise do que está acontecendo. O resto é apenas justificativa para apoiar o genocídio e a limpeza étnica que Israel está promovendo.

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