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Nacionalismo

Análise da política de Lula para o BNDES

Banco deveria ser usado para desenvolver a economia nacional

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social nasceu no ano de 1952, inicialmente com a sigla BNDE (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico) a partir do segundo mandato do presidente Getúlio Vargas, logo após ter vencido as eleições em 1950. Considerada a fase mais democrática e estrategicamente nacionalista de Vargas com a criação desse banco de fomento e investimento e da Petrobrás em 1953 a defesa da soberania nacional alcançou um destaque estratégico fundamental para o seu desenvolvimento.

Foi uma criação típica de governos nacionalistas-burgueses, uma tentativa, ainda que limitada, de desenvolver a indústria nacional e. a economia do País.

No momento em que o Banco Central tornou-se “independente” e com uma autonomia que favorece os banqueiros e demais especuladores nacionais e estrangeiros, onde o povo paga a conta, o BNDES tornou-se ainda mais estratégico como financiador da infraestrutura nacional e estratégica sul-americana, principalmente com os parceiros do Mercosul. As várias obras inacabadas ou paralisadas desde o golpe de 2016 poderiam ser retomadas já no primeiro ano do atual governo Lula, impulsionando a geração de empregos e renda, ao mesmo tempo que contribuindo com o desenvolvimento das regiões em que essas diversas obras sofreram paralisia devido a uma série de fatores, dentre os principais, as prioridades políticas oportunistas a partir do golpe.

Além da recuperação dessas obras de infraestrutura, o governo Lula tem a tarefa de colocar em marcha projetos de desenvolvimento estratégicos nas áreas de transporte, logística, empreendimentos de suporte à industrialização, entre outros. O fomento aos micro, pequenos e até médios empresários massacrados pelo golpe, pela administração destruidora de Bolsonaro na pandemia e pela crise do imperialismo devem ser priorizados com uma política de desenvolvimento nacional, mesmo que seja pela perspectiva de um nacionalismo burguês de um governo de frente ampla. Nesse sentido, ao invés de servir para encher o bolso dos grandes capitalistas, o incentivo deveria ser às pequenas iniciaitvas.

Na viagem que fez recentemente à Argentina, o presidente Lula confirmou que o BNDES financiará obras do gasoduto argentino que ligará os campos de óleo e gás da região de Vaca Muerta até San Jerónimo, na província de Santa Fé. Em uma fase futura, o gasoduto poderá chegar ao Brasil.A primeira fase da obra já foi concluída e o BNDES financiaria a segunda, que corresponde ao trecho acima e que beneficiará o Brasil como ponte estratégica com a Argentina. O gasoduto já batizado de Nestor Kirchner atravessará a Argentina e encontraria o Brasil ao final do trecho, permitindo o transporte de gás de Xisto por toda a região. A estimativa de financiamento da obra chegará ao valor de aproximadamente 689 milhões de dólares a partir do BNDES e será um dos pilares estratégicos importantes para a Argentina e o Brasil, fortalecendo a parceria entre as nações do Mercosul.

O gás de xisto é muito explorado nos Estados Unidos e considerado estratégico para o desenvolvimento em termos de energia barata e relevante para o crescimento econômico e da infraestrutura estadunidense. Ao mesmo tempo, já existe uma campanha do imperialismo afirmando que a exploração desse rico recurso natural é muito danoso para o meio ambiente por exigir uma perfuração do solo muito predatória. Os países imperialistas utilizam desse artifício de retórica para minar as bases do desenvolvimento nacional soberano dos países atrasados e impor uma espécie de “manual” de boas condutas apenas para os países coagidos pelo mesmo imperialismo, que atualmente está numa crise ainda mais visível com a guerra na Ucrânia e o esgotamento de gás fornecido pela Rússia.

A participação dos países do Mercosul na Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) foi decisiva a partir dos acordos firmados entre Brasil e Argentina conduzidos pelo presidente Lula ao chamar a atenção da necessidade de ampliar parcerias com várias regiões e continentes além mar e não citando curiosamente os Estados Unidos em futuras parcerias, o que é no mínimo curioso e ao mesmo tempo provocativo sob o ponto de vista possivelmente crítico.

Do ponto de vista marxista revolucionário o desenvolvimento do nacionalismo burguês obviamente não faz parte do programa da causa operária, mas ao mesmo tempo a condução de uma política econômica que leva em consideração projetos nacionalistas que procuram escapar das amarras do imperialismo são necessários se forem conduzidos por governos lastreados pela classe trabalhadora que deu legitimidade ao presidente Lula no seu novo mandato. Impulsionar o desenvolvimento econômico nacional contribui para fortalecer a luta soberana do povo contra o imperialismo e a burguesia oportunista e o apoio ao financiamento do BNDES a obras de infraestrutura no interior do país e através de parcerias com países estratégicos do cone sul fortalece a luta política anti-imperialista e a soberania popular, ainda como uma fase importante do desenvolvimento da mobilização popular.

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