Dia 25 de outubro. Décimo oitavo dia da guerra de extermino dos palestinos pelo Estado de Israel.
Em Gaza, já são 6.546 mortos, dos quais 2.704 crianças, 1.584 mulheres. Apenas nas últimas 24 horas, foram 756 assassinados pelo Estado de Israel. São mais de 700 pelo segundo dia seguido. Quanto aos feridos, já são 17.439. Desaparecidos: 1.500, inclusas 830 crianças (mais da metade). Palestinos de Gaza sequestrados pelos sionistas, e detidos em prisões israelenses: cerca de 4.000.
Segundo a ONU, o combustível necessário para manter os geradores dos hospitais funcionando está prestes a se esgotar. Sem energia, o sistema de saúde entra em colapso. Aliás, já está entrando.
Mais cedo, no dia 25, foi noticiada a chegada de um caminhão com suprimentos médicos. Mas sem combustível para abastecer os geradores, de forma que não é possível o aproveitamento dos suprimentos.
Na noite de terça para quarta, o hospital Naser, em Khan Younis ficou sem energia. Um vídeo mostra os médicos trabalhando no escuro:
https://aje.io/4hsru5?update=2436830 via @AJEnglish
Segundo o médico Mohammed Qandeel, a situação é terrível:
“Palavras não podem descrever o quão ruim é a situação. Desde ontem à noite, recebemos 300 pacientes feridos. Recebemos 150 mortos. Fizemos cesarianas em duas mulheres grávidas gravemente feridas.”
Conforme relatado à rede Al Jazeera, o médico disse “que uma mulher chegou com uma lesão abdominal que não conseguiu tratar, então os médicos a confortaram enquanto ela morria lentamente”.
Até mesmo a ONG imperialista Oxfam disse que Israel está utilizando a fome como uma arma contra a população civil; que milhões “estão sendo coletivamente punidos à vista de todo o mundo. “Não pode haver justificativa para usar a fome como arma de guerra. Os líderes mundiais não podem continuar a ficar sentados e a observar, eles têm a obrigação de agir”. Isto vindo de uma ONG imperialista.
A mesma constatou também que em Gaza a água potável praticamente acabou. “Estima-se que apenas três litros de água potável estejam disponíveis por pessoa. A ONU disse que um mínimo de 15 litros por dia é essencial para as pessoas nas emergências humanitárias mais agudas, como mínimo.”
Israel bombardeou o campo de refugiados de Moghrabi, matando vários palestinos em Deir al-Balah, e destruindo uma padaria, pouco tempo depois de o estabelecimento ter recebido farinha da agência da ONU para refugiado palestinos, mostrando mais uma vez o caráter nazista do Estado de Israel.
O ataque foi realizado por aviões de guerra Israelenses.
Mas a política nazista de limpeza étnica, perpetrada por Israel contra os palestinos, não se limita apenas a Gaza.
Na Cisjordânia, já foram mortos pelo menos 103 palestinos, incluindo 30 crianças e uma mulher. O número de feridos chega a 1.828. Palestinos sequestrados por Israel: 1.215.
As forças de ocupação do Estado Sionista também seguem reforçando seu controle sobre a Cisjordânia. Os postos de controle aumentam. Fica cada vez mais restrita a circulação dos cidadãos palestinos pelas vilas e cidades e entre elas.
Paralelamente a isto, o sionismo coloca em ação suas milícias fascistas (eufemisticamente chamada de colonos) para expulsar de suas terras, às vezes mesmo incendiando suas propriedades móveis e imóveis espoliadas. Isto quando não assassinam os palestinos.
Nesse sentido, conforme a Al Jazeera, nesse dia 25, uma milícia fascista sionista espancou e expulsou camponeses palestinos de um vilarejo em Burin, nas Cisjordânia.
Um processo semelhante ao que faziam a Haganá, o Irgún e a Lehi, as principais milícias fascistas sionistas que atuaram nos processos de expulsão dos palestinos em 1948, que resultou na Nakba e na fundação do Estado nazista de Israel, fundando sobre uma limpeza étnica.
Contudo, apesar dessa semelhança, muito já mudou. O imperialismo e o sionismo enfraqueceram. Os palestinos e o mundo muçulmano se fortaleceram em sua luta antiimperialista e antissionista. E mais, as décadas de resistência palestina fizeram avançar em todo o mundo a luta dos povos oprimidos contra o imperialismo.
De forma que a violência brutal do sionismo contra os palestinos, em resposta à heroica ação Operação Dilúvio al-Aqsa, não é um prelúdio de uma nova Nakba, como fora a violência fascista de 1948, mas um sinal de profundo enfraquecimento do imperialismo e do sionismo, e um prelúdio de sua derrocada final.
Conforme constatado de forma precisa por Rui Costa Pimenta, em sua tradicional Análise de terça-feira:
“Se existe uma coisa revolucionária que aconteceu esse ano no mundo, provavelmente nessa década, foi que o Hamas e os outros grupos armados palestinos, os palestinos, fizeram no dia 7. Eles colocaram o mundo de cabeça para baixo. O imperialismo teve que deslocar porta aviões. O Estado de Israel está sendo desmascarado como o Estado sádico, psicopata, nazista que é. […] Nós, do PCO, a gente sempre acompanhou o martírio do povo palestino. Mas não era notícia. Não era de interesse geral. Essa brutalidade, esse sadismo dos sionistas passavam despercebidos. Com a ação do Hamas, eles colocaram o problema no centro dos acontecimentos. Então um monte de gente que não prestava atenção, agora está vendo a monstruosidade que é o sionismo. O problema está sendo discutido em todos os lugares. A indignação está saindo para fora. É disto que os palestinos precisam. Eles precisam do apoio. Do apoio no mundo árabe. Precisam botar contra a parede, ou derrubar de uma vez os governos que apoiam Israel, como é o caso do governo do Egito, o governo da Jordânia e essa porcaria desse capacho dessa Autoridade Nacional Palestina. Tem que derrubar todo mundo. Então, eles fizeram uma coisa muito revolucionária. Eles destamparam o bueiro do imperialismo. […] O imperialismo é nazista. Então, o pessoal do Hamas fez uma coisa extraordinária para o mundo e para o povo deles”.