O XXVI Foro de São Paulo – reunião de partidos da esquerda latino americana, com a presença de convidados da Europa e dos Estados Unidos, realizada de 29 de junho a 2 de julho, em Brasília, foi marcada por uma forte confrontação com os países imperialistas, em primeiro lugar os Estados Unidos, que oprimem toda a região.
Dessa forma refletiu as tendências gerais de um enfrentamento, mesmo de setores da esquerda nacionalista e burguesa, com a politica cada vez mais ofensiva dos paises capitalistas ricos com oa países pobres, que diante do agravamento da crise histórica do capitalismo buscam descarregar todo o peso da crise nas constas dos povos oprimidos e do cojunto da classe trabalhadora.
Desde a abertura com a presença do presidente Lula, passando pela quase totalidade dos grupos de trabalho que se reuniram sobre os mais variados temas (juventude, mulheres, comunicações etc.), até a plenária final que aprovou a resolução final do encontro, foi a marcante o claro posicionamento anti-imperialista, sob a influência dos partidos mais importantes do foro e que integram governos de países em que há anos ocorrem um duro enfrentamento contra a dominação imperialista que organizou ataques contra os povos de todo o nosso continente, como o Brasil (marcado pelo golpe de Estado e pela condenação e prisão ilegais de Lula, que levaram Bolsonaro ao governo); Cuba, cercada há seis décadas pelo bloqueio criminoso do imperialismo; Venezuela, alvo de inúmeras tentativas de golpe, bloqueios e roubo de suas riquezas, entre outros.
O documento, divulgado nessa terça (dia 4), aponta, por exemplo, a vitória eleitoral de Lula, como a “mais contundente resposta histórica ao golpe de Estado”, que levou a que “durante os anos seguintes, os partidos de esquerda e progressistas, os sindicatos e os movimentos sociais brasileiros sofressem uma forte perseguição“. Ao mesmo tempo, em que aponta que diante da posse de Lula, bem como de Dilma Rousseff no “banco dos BRICS”, estamos diante de um deslocamento histórica na correlação de forças que “reposicionam a esquerda brasileira como protagonista no seu país, e ao Presidente Lula como protagonista internacional“.
Segundo a resolução esta situação é o resultado de um processo de luta que levaram, nos últimos anos, a “gigantescas manifestações populares contra as políticas neoliberais e da direita, a luta por direitos sociais, econômicos e culturais…” que impulsionam também uma série de vitórias eleitorais, como no México, Argentina, Peru, Bolívia, Honduras, Chile, Colômbia, Cuba, Brasil, Venezuela, contra a direita.
Um dos principais temas debatidos no encontro foi os bloqueios imperialistas contra Cuba, Venezuela e Nicarágua.
Na resolução final se assinala:
“Condenamos e exigimos o levantamento incondicional do criminoso e intensificado bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelo governo dos Estados Unidos contra o povo cubano, há mais de 60 anos, e exigimos a exclusão de Cuba da lista de Estados patrocinadores do terrorismo. Também condenamos as sanções unilaterais contra a Nicarágua e a Venezuela e a interferência nos assuntos internos desses países“.
Além desta, várias outras colocações de enfrentamento com a política do imperialismo foram adotadas, tais como:
- a defesa da integração regional como um dos eixos;
- a busca de uma nova industrialização… a partir do papel indutor do Estado … deixando de ser uma região meramente exportadora de recursos naturais e de commodities;
- apoio à Argentina na sua reivindicação de soberania sobre as Ilhas Malvinas;
- defesa de nossa soberania e contra a ingerência dos Estados Unidos em nossos países.