Completaram-se 20 anos da farsa do imperialismo em relação ao Iraque. Para justificar uma já planejada invasão ao importante país do Oriente Médio, o governo George W. Bush escalou o então Secretário de Estado, o general Colin Powell, negro e filho de imigrantes jamaicanos. Powell encenou uma farsa grotesca na ONU, mostrando o que seria um frasco com anthrax como “prova” de que Saddam Hussein tinha “armas de destruição em massa” prontas para atacar os Estados Unidos e o Reino Unido, incluindo armas biológicas.
A monstruosa destruição do Iraque deixou um saldo de cerca de 1 milhão de mortos, direta ou indiretamente. O bombardeio indiscriminado de cidades flagelou a população civil, que teve hospitais e outras instalações essenciais destruídas. Durante 42 dias, a maior potência militar do planeta bombardeou livremente o país. Quando partiram para a ocupação com botas no chão, o povo iraquiano impôs dura resistência, obrigando os norte-americanos a manobrar.
Como lembrado pelo companheiro Eduardo Vasco, a cínica “solidariedade” com a Ucrânia parte dos mesmos que conduziram essa matança desenfreada no Iraque:
O próprio Colin Powell admitiu a farsa antes de morrer em decorrência da Covid em 2021, chamando o caso eufemisticamente de “um dos meus fracassos mais importantes”. A mentira ficou tão evidente que, após cumprir a missão suja para o imperialismo, um Powell desmoralizado se afastou do governo Bush, abrindo espaço para outra figura sórdida associada ao identitarismo, Condoleezza Rice.
Na época do auge da “Guerra ao Terror”, a notícia das armas biológicas deixou o mundo aflito. Tinha-se a impressão de estarmos vivendo num cenário pré-apocalíptico, no estilo dos filmes hollywoodianos. Eis que recentemente a Rússia revelou laboratórios na Ucrânia que estavam de fato realizando experimentos para o desenvolvimento de armas biológicas. Como a imprensa imperialista calou sobre o assunto e a imprensa divergente foi censurada na Europa, não se viu nem de longe uma comoção como a que ocorreu no começo do século XXI.
Esse marco de 20 anos da mentira de Colin Powell na ONU servem para lembrar que o imperialismo não tem crédito nenhum para acusar ou escolher quem é mocinho e quem é vilão no mundo. Isso é particularmente importante quando setores da esquerda são financiados, orientados e, quando pouco, pelo menos influenciados por todo o arsenal de propaganda impulsionado pelos países imperialistas. Abaixo o imperialismo cínico e genocida!
