No dia 9 de março de 1934, nascia Iuri Gagarin, o primeiro homem a chegar ao espaço. Gagarin nasceu em uma fazenda coletiva em Kluchino, distrito de Gjatski (mais tarde batizada de Gagarin, em sua homenagem) – numa região a oeste de Moscou, Smolensk, na então União Soviética. Um homem simples soviético, foi o primeiro a viajar pelo espaço sideral, mostrando o nítido desenvolvimento em diversas áreas sociais da URSS pós-revolução, principalmente o avanço científico. Em uma coletiva de imprensa, quatro dias após sua volta para à Terra, o cosmonauta conta sua biografia, desmentindo as mentiras dos jornais burgueses norte-americanos, que o acusavam de ter laços com uma família aristocrática:
“Nasci em 9 de março de 1934 numa família de camponeses. O local onde nasci é na região de Smolensk. Não existem príncipes ou nobres na minha linhagem familiar. Antes da Revolução, meus pais eram camponeses pobres. A geração mais velha da minha família, meu avô e minha avó, também eram camponeses pobres, e não havia príncipes ou condes na nossa família. Portanto, serei forçado a desiludir meus autonomeados parentes na América.
Eu frequentei a escola primária, e depois a escola manual em Lyubertsy, perto de Moscou. Depois disso, frequentei o ensino técnico industrial de Saratov para me tornar um projetista de fundição.
No entanto, meu sonho mais antigo era de tornar-me piloto. Simultaneamente à minha graduação no ensino técnico, em 1955, completei meus estudos no aeroclube de Saratov. Em seguida, fui aceito na Escola de Aviação de Orenburg, na qual me graduei em 1957 e garanti o título de piloto de caça da força aérea. Servi em um dos ramos das Forças Armadas Soviéticas.
A meu pedido, fui aceito como candidato a cosmonauta da União Soviética. Como podem ver, após a seleção me tornei um cosmonauta.”
Iuri Gagarin na sua nave: Vostok, completou uma órbita na Terra no dia 12 de abril de 1961. Esteve em órbita durante 106 minutos, a uma altura de 315 km, num voo totalmente automatizado, com uma velocidade aproximada de 28.000 km/hora. Em plena “Guerra-fria”, termo que esconde a luta de classe da URSS contra o imperialismo, seu feito não só é um marco científico de nível internacional, como também projeta o modelo “socialista” para o mundo todo. É, acima de tudo, além de uma conquista para humanidade, uma conquista política. Sua descrição de como era à Terra impactou o mundo inteiro:
“Eu gostaria de contar a vocês um pouco do que observei. A visão da Terra de uma altitude de 175-300 km é muito nítida. A superfície da Terra parece aproximadamente a mesma vista de um avião a jato voando alto. Claramente distintivos são as grandes cadeias de montanhas, os grandes rios, as grandes áreas florestais, as costas e as ilhas.
As nuvens que cobrem a superfície da Terra são muito visíveis, e a sua sombra na Terra pode ser vista distintamente. A cor do céu é completamente preta. As estrelas nesse fundo preto parecem ser mais brilhantes e claras. A Terra é cercada por um halo azul característico. Este halo é particularmente visível no horizonte. De uma coloração azul clara, o céu mistura-se em um belo azul profundo, depois azul escuro, violeta e, finalmente, completamente preto.
Quando saí da sombra da Terra, os raios do sol penetraram na atmosfera da Terra. Nesse ponto, o horizonte da Terra era azul escuro, violeta e finalmente preto”.
É um fato extraordinário um país atrasado economicamente realizar tal feito, seu avanço em termos de desenvolvimento científico se equiparara com os principais países capitalistas e com uma economia infinitamente mais atrasada. É bom ressaltar, que a conquista do espaço foi realizada mesmo sob à contrarrevolução stalinista, detalhe que deixa qualquer comunista animado, pois podemos imaginar o enorme potencial de uma revolução proletária se esta for levada até às últimas consequências.