Por quê estou vendo anúncios no DCO?

03 de fevereiro na história

03/02/1488: Chegada de Bartolomeu Dias à Baia de Mossel

Revoluções são para romper com o passado que já não serve mais e iniciar novo período histórico

Nesta data, 3 de fevereiro, festeja-se o aniversário de 535 anos que o fidalgo português Bartolomeu Dias dobrou o cabo das Tormentas, posteriormente batizado de Cabo da Boa Esperança, desembarcando na Baía de Mossel. Um feito de enorme importância para as navegações e para o comércio entre as nações e fez de Bartolomeu Dias o primeiro europeu a cruzar o Cabo da Boa Esperança.

Podemos nos perguntar por que esse fato foi de extrema importância. Basta considerarmos que em 1453 os otomanos tomaram Constantinopla, fechando a rota de comércio com o Oriente, o que trouxe enormes prejuízos ao comércio europeu. Diante disso, era preciso fazer algo para reverter a situação pois o comércio que estava em franco crescimento entrou em crise. Era necessário encontrar novas rotas de comércio. Portugal possuía localização geográfica favorável e por ter acesso ao Mediterrâneo e ao Atlântico ficava no centro das rotas comerciais.

A marinha portuguesa já tinha explorado a maior parte da costa africana do lado do Atlântico no final do século XV, para prosseguir em direção ao Oriente era fundamental perceber até onde ia essa linha de costa e se era possível chegar ao Oceano Índico por mar. A confirmação dessa possibilidade poderia abrir as portas para uma nova rota entre a Europa e a Ásia.

Portugal foi o pioneiro nesse processo de grandes navegações, e isso se deve ao fato de que o país tinha as condições políticas, econômicas e comerciais que possibilitaram o investimento no desenvolvimento náutico. Politicamente, Portugal era um país estável, uma vez que possuía uma dinastia consolidada e um território unificado.

A estabilidade política possibilitou a utilização de recursos no desenvolvimento de tecnologia de navegação e o fechamento da rota por Constantinopla acabou por impulsionar a descoberta de novas rotas.

Assim, Dom João II, rei de Portugal e Algarves, em agosto de 1487 autoriza as três caravelas sob comando de Bartolomeu Dias partirem para examinar até onde ia a costa da África, mas com uma suposta missão de colher informações do Rei Prestes João.

Chega,em 8 de dezembro, ao porto de Santa Maria da Conceição, atual Namíbia, local mais ao sul até então cartografado. Continuando mais ao sul descobriu a Angra dos Ilhéus e em seguida passou por violento temporal. Treze dias depois, aproveitando os fortes ventos do sul, navegou para nordeste e encontrou a costa já com orientação leste-oeste e norte, ficando a leste do Cabo das Tormentas, que foi renomeado pelo rei Dom João II para Cabo da Boa Esperança, assegurando a esperança de chegar à Índia.

A rota até a Índia foi concluída em maio de 1498 por Vasco da Gama, mas se deveu graças à descoberta de Bartolomeu Dias, dentre outras, do Cabo das Tormentas, ou da Boa Esperança segundo o rei D. João II.

Por ocasião do aniversário de 500 anos da passagem pelo Cabo da Boa Esperança, a comunidade portuguesa na África do Sul resolveu construir uma réplica da embarcação utilizada para o grande feito de navegação. Foi construída nos estaleiros em Torre de Belém, Lisboa, Portugal, e navegou até a Baía de Mossel na África do Sul ficando em museu para visitação e tornou-se importante ponto turístico-cultural da região.

Em 1500, os portugueses chegaram à atual América, a Ilha de Santa Cruz, como foi inicialmente chamada e que hoje chamamos orgulhosamente de Brasil, em referência à árvore pau-brasil, de cor avermelhada.

As grandes navegações foram iniciadas por Portugal e posteriormente pela Espanha, e isso se deve à Revolução de Avis em Portugal, onde, após a península Ibérica conseguir expulsar os mouros por meio das Guerras de Reconquista, formaram-se novos reinos e Portugal surge de uma cisão no reino de Leão onde D. Afonso Henriques declarou independência do condado de Portucal declarando-se rei de Portugal em 1139, iniciando a dinastia Afonsina, dando sequência à consolidação do território de Portugal.

No século XIV, por falta de um príncipe herdeiro, a dinastia Afonsina entra em crise de sucessão e aumenta a ameaça pelo reino de Leão. Isso aconteceu porque o rei D. Fernando I morreu e sem herdeiro a viúva. D. Leonor, deveria assumir até que um herdeiro da filha completasse 14 anos, mas ela resolveu entregar a coroa à filha, princesa Beatriz, casada com o rei de Castela.

A consequência é que surgiram uma série de revoltas populares e conspirações contra D. Leonor em benefício da independência de Portugal. Com isso acabou ocorrendo o assassinato de seu suposto amante por João, Mestre de Avis, que se tornou líder da revolta contra D. Leonor.

A crise se arrasta por dois anos, indo até 1385. O Rei de Castela conquista apoio francês, enquanto o Mestre de Avis e a burguesia conseguem apoio dos ingleses. O impasse acabou em guerra entre o reino de Castela e Portugal que durou até 1385 quando o combate decisivo em 14 de agosto de 1385 conhecido como a Batalha de Aljubarrota levou a vitória de Portugal. Inicia-se a dinastia de Avis até a metade do século XVI fortalecendo os laços com os ingleses.

Essa Revolução foi crucial para consolidar a independência de Portugal e a monarquia, pondo fim às ameaças do reino de Castela. Com isso, a burguesia prosperou, devido aos investimentos dos reis da dinastia de Avis que investiram no desenvolvimento comercial de Portugal com o apoio da burguesia que havia participado da Revolução. O desenvolvimento da burguesia, mais a estabilidade política do país, permitiram que Portugal fosse o pioneiro na expansão marítima a partir do século XV

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.