A equipe de transição é um assunto que tem estado vigente na imprensa desde a eleição de Lula, no final de outubro. Nome entra, nome saí, a esquerda cobra mais inclusão e a direita e o imperialismo cobram mais compensações ao “mercado”.
O fato é que essa equipe, organizada por Geraldo Alckmin, possui uma série de direitistas e pessoas que são inócuas ou prejudiciais para o governo Lula. Obviamente, a equipe de transição não possui nenhuma influência em como será ou que participará do governo, mas a aproximação de elementos direitistas é algo que pode ser prejudicial.
Um desses elementos é Wellington Dias. Apesar de fazer parte do PT, sendo atualmente um senador, Dias, que já foi governador do estado do Piauí, faz parte da ala direita do partido, representando os setores burgueses do PT, uma das pontes do partido com a direita. Com Rui Costa e Humberto Costa, foi considerado parte do grupo de governadores da ala direita do PT, eleito inclusive com a ajuda de direitistas do seu estado, se consolidando também como m assíduo defensor da frente ampla.
Uma das declarações de Wellington que o colocam na esteira dos direitistas foi quando afirmou que o salário mínimo teria apenas 1,3% ou 1,4% de aumento acima da inflação no primeiro ano de governo Lula. Por mais que um aumento real seja vantajoso, é importante ressaltarmos que esse valor é ínfimo, algo completamente fora da realidade e que não ajuda a população realmente — uma proposta “tímida” frente ao problema que o Brasil possui agora.
Para que se entenda o quanto isso seria absurdo para o governo Lula, a proposta de Dias faz com que se aumente em gloriosos R$18,00 em relação à proposta de Bolsonaro. Esse fator é algo evidentemente absurdo, considerando que Lula vem justamente para atender o povo e, por consequência, alcançar um patamar muito maior do que esse.
O fato é que Dias tem aparecido muito na imprensa burguesa, sendo alvo de uma série de bajulações consideravelmente fortes por parte dessa. Uma prova disso foi sua participação no programa de televisão Roda Viva, conhecido por colocar uma série de direitistas conversando com o entrevistado, também direitista, para ficar conversando sobre qual a melhor maneira de destruir a vida da população.
Nessa entrevista, Wellington Dias fez questão de proclamar o jargão de todo direitista: xingar o governo Dilma. Não interessa o quanto a população foi beneficiada naquele período, ou o quanto evoluímos em questão da indústria nacional e da soberania do Brasil, mas sim o quanto de dinheiro parou de ir para o bolso dos banqueiros e empresários.
Ou seja, Wellington Dias, como representante nato da direita dentro do PT, quer fazer com que o governo Lula se curve à burguesia, jogue fora todas as suas propostas e diga “amém” para o imperialismo.
É importante ressaltarmos que isso não é uma política de esquerda, muito pelo contrário, serve contra o governo e a favor da direita e da burguesia. Como criticar cada ação que o governo quer tomar, optando pela opção da burguesia, seria uma política a favor do governo, de alguém que está dentro e quer ajudar? É uma política contra a esquerda, contra o governo Lula, que propõe uma política que serve apenas à burguesia.