Com essas palavras, o presidente russo Vladimir Putin, direto do Cosmódromo de Vostochny, resumiu bem a operação militar na Ucrânia. Acompanhado do presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, Putin visitou a base de lançamentos espaciais no leste da Rússia em celebração do Dia da Cosmonáutica em 12/04, data que marca o inédito voo tripulado por Yuri Gagarin por fora da atmosfera terrestre.
Ao discursar sobre as ações na Ucrânia, o presidente russo foi taxativo: “está claro que não tivemos escolha, foi a decisão certa”. Ao contrário do que a imprensa imperialista insiste em repetir, diga-se de passagem junto com a maior parte da esquerda pequeno-burguesa, Putin não ordenou um ataque à Ucrânia por capricho, sadismo ou algum objetivo “imperialista”.
A operação militar foi deflagrada após um longo período de ataques das milícias nazistas contra a população da região do Donbass e diante de negociações do governo ucraniano com a Otan que resultariam na instalação de bases militares controladas pelos Estados Unidos muito perto da capital russa. Em referência a estes fatos, Putin explicou que “por um lado estamos ajudando e salvando pessoas e por outro estamos simplesmente tomando medidas para garantir a segurança da própria Rússia”.
Ao contrário do que acontece agora em relação aos ucranianos ocidentais, nem os monopólios das comunicações e nem boa parte da esquerda se emocionaram ou fizeram apelos pela “paz” quando a população das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk estava sob ataque. Demorou cerca de 8 anos para que o governo russo finalmente agisse, após exaustivos esforços diplomáticos que foram seguidamente ignorados pelos países imperialistas e seus nazistas de estimação na Ucrânia.
Trata-se nada menos do que o exato oposto do que repercute sobre a situação ucraniana, ao invés de uma agressão, uma ação defensiva, longe de ser uma operação militar repentina, uma resposta postergada por longos oito anos. Como concluiu finalmente o governo russo, o confronto contra as forças armadas antirrussas e inclusive russofóbicas (a identidade russa não conta para os identitários) era inevitável, ou seja, a dominação do Donbass levaria a guerra diretamente para a fronteira russa.
A imprensa imperialista e seus papagaios mundo afora citaram em tom jocoso a afirmação de Putin de que os objetivos da operação militar “são absolutamente claros e nobres”. Um cinismo típico dessa máquina de notícias falsas. Como num enredo de filme hollywoodiano, os russos estão defendendo uma grande população civil, do Donbass e da própria Rússia, contra ataques militares de nazistas, nazistas de verdade, mas incrivelmente são transformados em vilões nas páginas dos jornais, programas de televisão, rádio e outras mídias.
Da parte da imprensa imperialista, sem novidade, ela existe justamente para fazer propaganda em torno da sua política. Mas estranha muito que setores da esquerda elaborem teorias em torno de ‘imperialismo russo”, “integridade territorial ucraniana” e outras fórmulas para passar um pano para a ditadura racista que se instalou na Ucrânia a partir do golpe de 2014. Golpe chamado de “revolução” por alguns desses esquerdistas. Nós também queremos a paz, paz que depende da vitória russa na Ucrânia.
