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Esquerda pró-Biden

Um retrato da falência da esquerda nos EUA

Partido para o Socialismo e a Libertação é o retrato da esquerda nos EUA e no mundo, se preocupa com 'pautas progressitas' e entrega os trabalhadores para a direita.

eleições EUA

A esquerda nos EUA continua dando provas de que não consegue ter uma política própria e se desvencilhar do Partido Democrata, ou seja, do imperialismo.

Analisamos aqui matéria publicada no sítio do Partido para o Socialismo e a Libertação, intitulada “O programa da direita é profundamente impopular. Então, por que as eleições estão tão apertadas?”.

A matéria inicia criticando a imprensa corporativa, que faz uma “campanha ininterrupta afirmando que o eleitorado dos EUA está se virando para a direita e rejeitando as políticas progressistas”. Se por políticas progressistas o PSL se refere ao identitarismo, por exemplo, temos que dizer que sim, está havendo uma rejeição ─ e isso é muito positivo. O mesmo fenômeno se observa no Brasil. E é preciso apontar que as tais ‘políticas progressistas’ também foram a desculpa para a adesão da esquerda ao governo Biden.

Que progressismo pode haver em uma Kamala Harris? O fato de ela ser mulher e negra não a impede de ser uma tremenda reacionária. Biden colocar um homem negro como secretário da defesa não muda em um milímetro a política extremamente belicosa do imperialismo americano, que está provocando a Rússia, Síria, China, Iraque etc. Obama era o presidente que espionava Dilma Rousseff e foi em seu governo que se tramou o golpe para derrubá-la. O identitarismo é uma verdadeira fraude, pois coloca pessoas trans, negras, não binárias etc., em ‘posições de poder’, mas esse poder não se altera em nada.

Que diferença faz para a Síria, por exemplo, se o país que a bombardeia tem um secretário de defesa negro? O estrago é o mesmo. Os negros também não ganham nada com isso, pois o governo dos EUA continua gastando mais em guerras do que em programas sociais. As cadeias americanas vão continuar sendo ocupadas preferencialmente por negros e latinos.

A rejeição ao pretenso progressismo é mais do que esperada, pois isso é apenas maquiar a realidade social e enganar as “minorias” de que é possível ascender socialmente, conquistar igualdade ao se ocupar determinadas posições dentro do Estado ou do mercado.

A matéria reconhece que a classe trabalhadora tem muita vontade de lutar, o problema é que os ‘progressistas’ estão canalizando esse desejo para políticas que, no fundo, são reacionárias.

Aqui no Brasil, toda hora se vê propaganda de banco com pessoas negras ‘assumindo’ os cabelos, ou vivendo em casas confortáveis e dirigindo seus carros; casais não héteros. Na vida real, contudo, a polícia continua matando pessoas negras como nunca, ou entram em favelas atirando, como sempre.

Segundo o próprio PSL reconhece, “na classe trabalhadora, especialmente, há uma rejeição generalizada do poder corporativo”. Porém, essa rejeição está sendo capitalizada pela extrema-direita que se apresenta com sendo antissistema. A esquerda, por sua vez, se confunde com os democratas, é a fórmula ideal para o fracasso.

O discurso de Trump, embora seja completamente reacionário, promete o quê? Combater a imigração, pois a mão de obra barata concorre com a dos americanos e abaixa seu valor. Quer acabar com desperdício de dinheiro investido em guerras; combate a China e quer repatriar indústrias para os EUA.

O que Trump faz é tratar da vida real das pessoas, gostemos ou não. O cidadão médio acredita que os mexicanos estão tirando seu emprego, e por isso apoiam Trump; acredita que a China roubou as indústrias do país… mais um ponto para extrema-direita. A esquerda se perdeu no discurso moral dos ‘progressistas’ e se esqueceu de cuidar do essencial.

A política belicista de Biden está conseguindo desagradar europeus e americanos. Montanhas de dinheiro estão sendo mandadas para a Ucrânia, enquanto a pobreza só aumenta. A inflação está praticamente fora de controle, e a esquerda apoiou quem nas presidenciais? Joe Biden.

A esquerda conselheira

A matéria demonstra uma grande ingenuidade do PSL pois este acreditou nas promessas de campanha de Biden. “O patético colapso da política doméstica de Biden desmoralizou a base do Partido Democrata. Na verdade, é tão comum que o partido no poder abandone imediatamente suas promessas de campanha que se tornou uma verdade universalmente aceita na política dos EUA que o partido que ganha a Casa Branca está sempre em desvantagem em seu primeiro mandato.”, e ainda dizem “Se essas medidas amplamente populares se tornassem realidade, os democratas estariam em posição de varrer as eleições de meio de mandato”.

Alguém pode acreditar que um candidato apoiado pelo grande capital financeiro, pela indústria de guerra, vai gastar dinheiro com programas sociais? Daria para levar à sério o “programa de reforma chamado “Build Back Better”. [Que] teria tornado as faculdades comunitárias gratuitas, estabelecido licença parental e licença médica garantidas…” etc? Essa esquerda americana está parecendo aquela velha virgem seduzida e abandonada no altar, não antes de ter sua conta bancária devidamente zerada pelo ‘noivo’.

É quase inacreditável que um partido que se reivindica do socialismo venha a público dizer que se os democratas tivessem feito isto aconteceria aquilo. Qual é a política do PSL, a mesma do Partido Democrata?

Sim, têm razão ao criticarem os republicanos que “não têm um programa econômico que atenda às necessidades daqueles que sofrem o peso dessa turbulência. Em vez disso, eles procuraram pintar Biden e, por extensão, todo o Partido Democrata como gestores incompetentes da economia, cuja má tomada de decisões é responsável pela situação”. Ora, não estão ‘pintando’ Biden e os democratas pelo agravamento da situação, isso é fato. Por esse motivo a extrema-direita se apresenta como antissistema e atrai para si uma grande parcela descontente da classe trabalhadora.

Fiscais de urnas

Assim como a esquerda brasileira, a americana se tornou uma ‘fiscal de urnas’, sendo que é perfeitamente razoável se duvidar de eleições. Chegaram a cunhar o termo ‘negacionismo eleitoral’, o que é um verdadeiro absurdo.

A esquerda reclama da campanha de intimidação dos republicanos para ‘tumultuar’ as eleições. No entanto, qualquer pessoa de bom senso tem o dever de ficar de olho nesses votos antecipados e também nos votos pelos correios.

A recente história dos EUA demonstra que não ficam nem um pouco constrangidos em roubar eleições, ao mesmo tempo que contestam as eleições em outros países, como Bolívia e Venezuela.

O PSL é uma demonstração da falência da esquerda nos Estados Unidos, estão totalmente a reboque do Partido Democrata e, como ele, atravessa uma profunda crise. É por isso que a extrema-direita avança, pois a classe trabalhadora se encontra sem representantes legítimos e acaba sendo atraída por esse setor igualmente pernicioso da política americana: o trumpismo.

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