A educação, que deveria ser um direito, não passa de mercadoria na visão dos golpistas que derrubaram a presidenta Dilma Rousseff e estão no governo desde então. Desde quando foi golpeada, o ensino público se tornou o alvo predileto dos tubarões da educação e burgueses que lucram cada vez mais.
O Instituto Semesp apontou, em dado divulgado recentemente, que apenas 17,75 dos jovens brasileiros com idade entre 18 e 24 anos cursavam uma graduação. O índice baixo presente no governo Bolsonaro, que deu continuidade aos ataques à classe trabalhadora, tem origem no golpe de Estado que se concretizou em 2016. A burguesia não admite ver nem pequenos avanços, que estão longe de mudar o sistema, mas que podem reduzir em pequenas escalas seus lucros. O Prouni e o Fies, que foram fundamentais para diversos trabalhadores, estão longe de serem programas revolucionários, mas o simples fato de darem alguns direitos para os pobres faz com que os capitalistas necessitem suprimir pela raiz – no caso, o governo mais alinhado à esquerda.
Por falar dos programas realizados pelo governo do PT, que permitiram com que mais jovens tivessem acesso à Universidade, o Prouni e o Fies tiveram sua maior baixa desde 2013, possuindo menos matrículas vinculadas a eles neste ano do que em todos que vieram antes. O ENEM, por mais que não seja o paraíso na terra, ainda faz com que várias pessoas que não teriam acesso aos cursos superiores consiga pisar em uma faculdade como estudante, obteve a menor taxa de inscrições também. Se compararmos com 2016, ano em que os tentáculos imperialistas usurparam a cadeira presidencial, o número de inscritos no vestibular em 2022 foi cerca de 60% do número total. Não só as evidências mostram que esse é um duro ataque à classe trabalhadora, como os números também falam por si.
Seguindo na comparação de ambos os anos, chegamos à constatação de que os investimentos mudaram com a mudança de governo. Antes do golpe, o último investimento havia sido de 11,5 bilhões de reais, sendo o dobro dos 5,8 bilhões destinados pelo governo ilegítimo em 2022, que apenas se elegeu em 2018 porque seu opositor estava preso – por meio da continuação do golpe que derrubou Dilma, resultando na prisão de Lula.
Com o golpe, os trabalhadores ficaram mais pobres. A qualidade de vida piorou, fazendo com que mais da metade da população brasileira esteja ou com fome, ou em situação de intolerância alimentar. É fácil imaginar que, portanto, os trabalhadores que estão com fome não terão tempo de estudar. É preciso, sobretudo, ter comida no prato para entrar nas Universidades. Já não bastam os vestibulares, que exercem o papel de verdadeiras cancelas para a juventude, impedindo os jovens trabalhadores. A questão que se sobressai é de classe, fazendo com que filhos de operários tenham mais dificuldade de entrar no sistema de ensino do que filhos de burgueses. Defender o trabalhador é defender um ensino público e gratuito!