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João Pimenta

Estudante da USP. Colunista do Diário Causa Operária, membro da Coordenação da AJR e do Comitê Estadual do PCO de São Paulo. Autor do Livro “A era da Censura das Massas”.

Eleições nos EUA

Trump Candidato: Um ano de ineditismos

Com o fim das eleições de meio de mandato, já começa a disputa pela liderança da Partido Republicano

O ano de 2022 é um ano de ineditismos, de tabus sendo quebrados, de antigas convenções sendo atropeladas. Pela primeira vez no Brasil, um presidente em luta pela reeleição é derrubado. Pela primeira vez desde 1945, um conflito entre dois exércitos regulares se montou em plena Europa. Pela primeira vez na história do Brasil, um homem foi eleito três vezes presidente da República. Pela primeira vez na história moderna, os Estados Unidos foram desafiados por um exército regular e até agora não foram capazes de derrotá-lo.

É um admirável mundo novo, como diria o escritor Aldous Huxley. Também num momento de ineditismo, Trump se torna o primeiro presidente a ser candidato a eleição três vezes desde a segunda guerra mundial. 

A série de ineditismos que vemos aqui é sintoma de uma situação de crise geral do capitalismo internacional. A estabilidade e as convenções estabelecidas pela classe dominante estão em franca dissolução, o capitalismo se prepara para um nova e importante etapa de crise, talvez sua crise terminal.

O fenômeno Donald Trump

Donald Trump é o líder da extrema-direita norte-americana. Seu estilo chocante e agressivo, unido a uma retórica “antissistema” e um programa que atende aos interesses dos capitalistas menores dos Estados Unidos, as classes médias e até apela falsamente para interesses do proletariado industrial, unificaram setores dispersos e descontentes e criaram um movimento conservador e de massas que não encontra par nos Estados Unidos, nem mesmo na esquerda. 

Nada disso que foi dito acima indica que Donald Trump é bom, que sua política seja boa, não se trata disso, até porque não pensamos isso. Mas se trata de ver a realidade como ela é. Não fosse a pandemia da covid-19 e uma grande cartelização da imprensa contra ele, é possível, até provável, que ele tivesse assegurado um segundo mandato. 

Nestes dois anos em que Trump esteve fora do governo, foi criada uma intensa caça às bruxas a ele e ao seu movimento dentro do Partido Republicano. É bastante visível que o imperialismo busca criar um Trump do “Bem”.

A luta pelo comando da direita

Steve Bannon, importante assessor de Donald Trump, uma vez disse: “Não se trata de combater os Democratas, mas de ganhar a liderança dentro do Partido Republicano”. Ele iria então explicar que uma vez no comando do Partido Republicano, poderia, ao longo de algum tempo, derrotar os democratas. O estrategista da extrema-direita tem razão em seu raciocínio. A eleição geral nos EUA é o choque de dois blocos, que são definidos pela fração fundamental que comanda o bloco. Definir essa fração é a questão fundamental, portanto, a chave para a disputa eleitoral.

Os republicanos tradicionais são uma peça fundamental do sistema político do imperialismo norte-americano, Donald Trump tirou deles o controle do Partido Republicano e o apoio que detinham entre as bases deste partido. Agora, passados dois anos da eleição, o setor tradicional do republicanismo busca lançar o atual governador da Flórida, Ron DeSantis, como uma alternativa a Trump, que acaba de anunciar, por sua vez, que será candidato novamente. 

DeSantis apresenta ao eleitor republicano um “Trumpismo” do sistema. O projeto de política externa que Trump defende e a proposta econômica anti-globalização são escanteados, fica apenas o conservadorismo de costumes.

Vencerá? Não é possível dizer. É possível que vença a primária, mas é improvável que se torne o verdadeiro líder do movimento de Trump. O movimento de Trump quer um político polêmico e que desagrada a imprensa e o sistema, só replicar o conservadorismo de costumes sem o resto, tende a não ser suficiente para resolver o problema. Pelo jeito vamos de uma crise a outra.

*As opiniões dos colunistas não expressam, necessariamente, as deste Diário.

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