Com o anúncio feito, pela direção do Banco da Amazônia (Basa), em setembro de 2021 de demitir em massa, sem justa causa, todo o quadro de Apoio da empresa, ou seja, 145 pais de famílias, até o mês de julho deste ano, os trabalhadores do Basa continuam mobilizados contra a política de terra arrasada para esse imenso contingente de bancários que, além de aprofunda a miséria desse setor do banco, tal atitude dos banqueiros visa preparar a privatização do banco.
Desde o anúncio das demissões os bancários do Basa passaram, junto com as suas entidades representativas, a realizar manifestações contra tal política. No último dia 24 de fevereiro, os trabalhadores do Quadro de Apoio do banco, junto com o Sindicato dos Bancários do Pará, a Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec/cn), a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/Cut) e a Associação dos Empregados do Banco da Amazônia (AEBA), ocuparam a avenida, em mais uma atividade, em frente da matriz do banco, “para dizer não às demissões, exigir respeito e a saída do atual presidente do Banco, Vadecir Tose”. (site Fetec/cn 26/02/2022)
‘“Eu não sou Quadro de Apoio. Eu sou Banco da Amazônia. Eu construí esse banco. Eu fiz esse banco chegar até aqui onde ele chegou. O Valdecir ainda nem existia. Ele foi meu aluno, porque eu fui instrutora de gerentes e vi ele menino chegando aqui, assim como outras pessoas. E nós já estávamos aqui construindo essa história, para entregar o banco para essas pessoas, que delas eu já nem quero mais reconhecimento, eu estou aqui pedindo respeito’, destacou Bianca Mascarenhas, integrante do Quadro de Apoio do Banco, ao lembrar de todo o sacrifício que já realizou para implantar agências da instituição no interior da Amazônia”. (idem)
Para o diretor do Sindicato dos Bancários do Pará e coordenador da Comissão de Empregados do Basa, Sérgio Trindade, “essa decisão que o Banco da Amazônia tomou e que tenta criar uma narrativa, consolidar uma ideia, de que o Banco pode demitir unilateralmente, pode demitir imotivadamente seus empregados está em jogo. Mas nós resistimos e vamos seguir na luta para reverter essa situação e defender nossos empregos. Hoje foi mais um ato e, com certeza, muitos outros ainda virão”. (idem)
Na verdade, todas as medidas do governo golpista, que estão sendo impostas contra os trabalhadores nos bancos estatais, como a diminuição dos postos de trabalho, por exemplo, é parte de uma política de transferência do patrimônio dos trabalhadores e da população, através das privatizações, para o bolso de um punhado de banqueiros e capitalistas privados.
Os grandes banqueiros nacionais e internacionais estão de olho no faturamento do banco que, no primeiro semestre de 2021, registrou um lucro líquido recorde de R$ 302,6 milhões, um crescimento de 177% em relação ao mesmo período de 2020; já o Patrimônio Líquido foi de R$ 2,7 bilhões, apresentando uma elevação de 17,5% com comparação ao mesmo período de 2020, cujo o valor foi de R$ 2,3 bi.
É preciso barrar mais essa ofensiva reacionária, dos banqueiros e seus governos, é necessária aprofundar a luta e, a única forma para isso, é levantar uma ampla mobilização que unifique os bancários contra a política dos banqueiros de demissão em massa; somente no ano de 2021, os cinco maiores bancos brasileiros jogaram no olho da rua 15,4 mil trabalhadores.
O Basa é um banco estatal e, a política de reestruturação pela qual passa o banco é a mesma que vem acontecendo nos demais bancos públicos: Banco do Brasil, Caixa, BNB, BRB, dentre outros, consequência da política de pavimentar o caminho para a privatização.