Um dos maiores “feitos” do regime golpista foi protagonizar uma das maiores ondas de cortes em direitos e empobrecimento da população brasileira em todo último período. Além da destruição da previdência e redução de salários, outro ataque duro aos trabalhadores foi a manutenção do imposto de renda sob os mais pobres e pior, sem qualquer correção, à medida que os preços aumentavam e o salário era corroído.
Desde 2015, a tabela do Imposto de Renda não é corrigida no País, até fevereiro deste ano os cálculos do Unafisco Nacional apresentavam que a defasagem da tabela era de 134,5%. Enquanto a tabela não foi reajustada, o trabalhador brasileiro vem pagando 7,5% sobre a renda (entre os que recebem de R$1.903,99 a R$2.826,65), 15%(R$ 2.826,66 até R$ 3.751,05), 22,5% (R$ 3.751,06 até R$ 4.664,68) e 27,5% para aqueles que recebem acima de R$ 4.664,68. Contudo, a manutenção destes valores não representa, há sete anos, o salário real recebido pela população brasileira. Na prática, o salário mínimo não é reajustado desde o mesmo período e vem sendo completamente corroído pelos altos índices de inflação.
Tal situação significa que caso a tabela do IR fosse reajustada hoje, os trabalhadores com renda mensal de até R$4.465 estariam completamente isentos do pagamento, um valor muito próximo daquele prometido por Lula, que foi de R$5.000 para a isenção.
Isso, na prática, significaria que hoje existem 15 milhões de brasileiros que pagam o imposto sem ter, na realidade, as condições para tal. Em números totais, o reajuste do IR acarretaria no fato de que mais da metade dos declarantes, que hoje estão na faixa de 30 milhões de pessoas, seriam isentos, no total 23,75 milhões de pessoas seriam beneficiadas com a correção da tabela.
Este, dentre muitos outros ataques realizados pelo regime golpista, é um dos problemas fundamentais que precisam ser resolvidos pelo novo governo Lula. A imprensa burguesa, com o pretexto de defender a “distribuição de renda” defende a manutenção da tabela atual, no entanto, o que ocorre hoje é que milhões de trabalhadores estão sem o seu direito garantido, pagando um imposto do qual os mesmos sequer precisariam contribuir. O ataque deve ser resolvido como uma das prioridades do governo Lula e não deixado para o próximo ano, como afirmam membros da transição governamental.