A próxima semana marca uma virada fundamental na luta dos servidores públicos federais, entre os dias 25 e 29 de abril, quando se realizarão as jornadas de lutas em todo o Brasil reforçando a mobilização em torno da exigência dos servidores públicos por uma reposição salarial emergencial para toda a categoria.
A mobilização dos servidores é fundamental para exigir do governo impostor de Jair Bolsonaro a abertura de negociações com representantes da categoria, em busca da reivindicação de reposição das perdas acumuladas nos últimos 3 anos. que chega a 19,99%.
A maioria dos servidores federais está com salários congelados há mais de cinco anos e as perdas salariais são superiores a 40%. A situação de penúria dos servidores se amplia desde o ano passado com a inflação superando os dois dígitos e nos três primeiros meses desse ano com os índices aumentando a corrosão dos salários. A crise colocada pelos golpistas e capitalistas no país fez com que em março a alta dos preços fosse a maior para o mês desde o início do Plano Real, em 1994.
Mesmo diante de todo este cenário o governo federal havia anunciado um miserável reajuste linear de 5% para os servidores federais; no entanto, com as mobilizações iniciais dos servidores o governo recuou e em uma entrevista na segunda-feira, 18, o secretário especial do Tesouro, Esteves Colnago, afirmou que ainda não há decisão tomada sobre reajustes a servidores federais neste ano.
Dinheiro existe, mas só a mais ampla mobilização fará com que o destino dos recursos seja o contracheque dos servidores. Na Lei Orçamentária aprovada foram destinados R$ 37,6 bilhões para emendas parlamentares, dos quais R$ 16,5 bilhões são do “orçamento secreto”, além de R$ 2 trilhões para pagar os juros da dívida pública.
Segundo informações acessadas pelos sindicatos da categoria, a equipe econômica estaria planejando reservar R$ 11,7 bilhões para dar aumento de salário a funcionários públicos em 2023. Ocorre que, conforme a Lei Complementar 173, imposta pelo próprio governo Bolsonaro, essa opção sequer seria possível. Se não houver avanço no orçamento 2022, servidores só poderão voltar a ter reajuste a partir de 2024.
Para mostrar ao governo que o funcionalismo não esperará pelo conto de fadas de que aumento só em 2024, que os servidores querem aumento já, as mobilizações se iniciam na segunda feira, dia 25, com atos e assembleias por todo o país que acontecerão até o dia 27. Nestas assembleias os servidores devem defender e aprovar a realização de atos regionais até dia 27 e no dia 28, e em todos os sindicatos é fundamental a aprovação de grandes caravanas com destino à Brasília, para chegarem à capital nacional na próxima quinta feira, dia 28, pela manhã.
O Conselho Deliberativo de Entidades (CDE) da Condsef/Fenadsef já aprovou a participação das filiadas à Confederação que estarão na atividade, mas só isso não basta, não basta estar lá apenas os dirigentes sindicais, isso já é uma obrigação dos mesmos, mas a obrigação fundamental destes dirigentes é usarem de todos os recursos possíveis e cada um das centenas de sindicatos deve aprovar a saída de vários ônibus de suas cidades com destino à Brasília. Nas assembleias deve-se aprovar a ampliação das mobilizações, com o aprofundamento das greves já iniciadas e a paralisação dos setores que ainda estejam trabalhando, pois somente assim a categoria vai impor a pressão pelo atendimento das reivindicações emergenciais do funcionalismo.