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Francisco Weiss

Militante do PCO em São Paulo. Juntou-se ao partido em 2018, em meio à campanha da luta contra o golpe e pelo “Fora Bolsonaro”. É membro da coordenação do Grupo por uma Arte Revolucionária Independente (GARI), além de dirigente do PCO em São Paulo. Apresenta de segunda a sexta o programa Reunião de Pauta na COTV e outros programas do Canal e também da Rádio Causa Operária.

Artista do interior do país

Rolando Boldrin: um ativista da cultura caipira

A morte do "Sr. Brasil" deixa uma lacuna em uma das formas de arte mais populares do país

O mundo da cultura brasileira atualmente parece uma lista sem fim de obituários e tentativas de se lembrar de dias que não mais voltarão. Neste último 9 de novembro, logo após a notícia do falecimento de Gal Costa, também foi divulgada a morte do ator, apresentador, músico e artista brasileiro, Rolando Boldrin.

Aos 86 anos, Boldrin estava internado no Hospital Albert Einstein, na Capital Paulista. A causa da morte foi insuficiência respiratória e renal. Depois de décadas dedicando sua vida à luta pela sobrevivência e divulgação da arte brasileira, particularmente aquela do interior do país, Rolando Boldrin deixa um legado de peças de teatro, novelas, filmes, discos e programas de televisão.

Rolando Boldrin começou sua carreira aos doze anos de idade, quando formou uma dupla musical com seu irmão, chamada Boy e Formiga, que fazia sucesso nas rádios de São Joaquim da Barra, município onde nasceu. Nascido em uma família de trabalhadores, ele teve que atuar como sapateiro, frentista, carregador, garçom e ajudante de farmacêutico, antes de alcançar o sucesso nacional.

Boldrin se considerava, acima de tudo, um ator. Segundo ele, tudo que ele fazia – desde cantar, contar “causos” e dançar – eram coisas que um ator faz num palco ou numa apresentação. Entre os anos 1960 e 1980, ele atuou em cerca de 30 novelas, das redes Tupi, Record e Bandeirantes.

Como músico, Boldrin debutou em 1960, ao aparecer no álbum de sua então esposa, Lurdinha Pereira, que posteriormente se tornou sua produtora. Seu primeiro álbum solo foi lançado em 1974, e se chamava O Cantadô. Canções como Tema para Juliana e Amor de violeiro o seguiram pelo resto de sua carreira. Rolando Boldrin era conhecido por sempre contar um “causo” antes de cantar suas canções, ao estilo do que sempre fizeram os caipiras em suas tradicionais confraternizações.

Além de compositor, cantor, ator, Rolando Boldrin também era um apresentador de programas de televisão, onde procurava sempre trazer e divulgar os artistas do interior do país. O último deles, no qual ele trabalhava antes de seu falecimento foi o Sr. Brasil, da TV Cultura. O cenário era repleto de esculturas de artistas brasileiros e entre seus convidados havia celebridades, mas também artistas não conhecidos e que produzem música caipira e do interior do país.  

Rolando Boldrin não foi simplesmente um artista brasileiro, mas representava a sobrevivência de uma das formas de arte mais autênticas do país, a música caipira, cuja hegemonia nacional é absoluta. A cultura caipira permeia a maior parte do território brasileiro e, em meio à insistência dos grandes meios de comunicação em retratar apenas a música enlatada e comercial conhecida como sertanejo universitário ou moderno, Rolando Boldrin se vai e deixa uma lacuna gigantesca que não parece que será preenchida dentro em breve.

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*As opiniões dos colunistas não refletem, necessariamente, as deste Diário,

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