No meio de um mandato presidencial é comum, nos Estados Unidos, que se realizem as midterms, ou seja, as eleições de meio de mandato. Elas renovam toda a Câmara e parte do Senado, além de trocarem também uma série de governadores e outros cargos menores da política norte-americana.
As eleições ocorrem terça-feira (08) e são um ótimo termômetro da situação do governo em questão, no caso, do governo de Joe Biden, altamente reconhecido por suas crises incessantes e incansáveis, além de seu aspecto cômico de ser comandado por um idoso senil.
Essas eleições podem muito bem consolidar um enorme apoio a Donald Trump nas eleições de 2024, ao qual o republicano já é candidato certo. É comum, e inclusive esperado neste ano, que a configuração das casas mude completamente, colocando o governo numa crise ainda maior.
Um exemplo disso é que, de acordo com um artigo do New York Times, caso os Republicanos deem uma virada na Câmara, o líder da minoria, Kevin McCarthy, afirmou que um congresso com essa formação não iria tolerar esses rios de dinheiro de financiamento à Ucrânia sem uma justificativa plausível. Isso faria com que o imperialismo perdesse completamente o controle e a própria Ucrânia, que não teria mais a ajuda incansável dos EUA para continuar atacando seu próprio povo e sendo um fantoche do imperialismo na região — pelo menos não da maneira desejada.
Tudo isso, considerando o provável domínio que os republicanos irão ganhar nas eleições, é quase uma receita perfeita para uma possível derrubada de Joe Biden por meio de um impeachment. Não só porque Trump tomou conta do partido e, no fim das contas, tem um apelo popular forte frente a Joe Biden, mas também porque a própria popularidade de Joe Biden tem baixado exponencialmente — um dado interessante de se citar é que Biden tem uma popularidade ainda menor que Trump nas duas semanas antes das midterms, pesquisa realizada em toda a eleição para registrar a situação do país no momento.
Ainda assim, é possível que a maioria necessária para um impeachment não se forme nessas eleições. A polarização é muito forte e tende a aumentar ainda mais com a crise terminal do imperialismo e até mesmo da burguesia interna norte-americana.
O fato é que essas eleições irão moldar o cenário para as eleições presidenciais de 2024. Com Biden no governo ou se, Trump irá concorrer às eleições e até mesmo ganhá-las, considerando ainda sua muito provável vitória nas eleições de meio de mandato desta terça-feira. Isso porque o problema principal para os eleitores não é uma questão moral da guerra ou questões identitárias de minorias dos EUA, mas sim a questão econômica.
Para o eleitor, no fim das contas, não importa a guerra ou o conflito que ocorre do outro lado do mundo, mas sim o que isso implica para suas vidas, como isso impacta no preço dos alimentos, do combustível, etc., ou seja, Trump acaba tendo uma política muito mais apelativa ao interromper ou pelo menos amenizar as ações imperialistas pelo mundo — como quando retirou algumas tropas de regiões da África — do que Biden, que promove tantas políticas externas que acaba destruindo com o próprio país.