O Banco Central (BC) divulgou no dia 30 de novembro novos dados a respeito da Dívida Bruta brasileira, em relação à série histórica. Conforme apresentado, a dívida pública brasileira obteve níveis ainda mais altos se comparados ao período pré-golpe de 2016, atingindo no mês de outubro a marca de R$7,297 trilhões, o que hoje representa 76,8% do Produto Interno Bruto (PIB), uma oscilação que vem girando em torno de um ponto percentual para mais ou para menos no último período registrado.
Os dados revelam que a pequena queda ocorrida em relação aos 77,1% do PIB, registrado em setembro, não marcam uma redução real da dívida, mas apenas um pequeno ajuste econômico. A dívida na série histórica não apenas se estabiliza hoje, como marca um aumento de mais de 25 pontos percentuais se comparados a situação deixada pelo último governo do Partido dos Trabalhadores, ainda com Dilma Rousseff. No entanto, para a imprensa burguesa, tais dados já se tornaram motivos de comemoração, como um grande “êxito” do governo Bolsonaro. Na prática, a dívida apenas pode ser vista como menor, se comparada ao maior pico de sua história, quando chegou a 89% do PIB nacional em fevereiro de 2021, quando se marcou um ano do início da pandemia de covid-19.
A Dívida Bruta do Governo Geral é um cálculo que toma como base o acumulado da dívida do governo federal, dos governos estaduais e municipais, apenas excluindo o Banco Central e as empresas estatais, ela é tomada como base pelos grandes bancos internacionais, pelos acionistas imperialistas e investidores, para analisar-se os riscos econômicos da dívida no País, o que significaria que, quando maior a dívida, menor a chance das promessas serem quitadas por parte do Brasil.
Se comparado ao período antes do golpe de Estado, a situação da dívida pública tornou-se uma verdadeira catástrofe para o Estado nacional. Em 2013, quando iniciou-se a campanha da burguesia brasileira e do imperialismo contra o governo de Dilma Rousseff, a dívida brasileira chegava a cerca de 51,5% do PIB nacional. Hoje, além do crescimento da dívida bruta, a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP), atingiu R$ 5,542 trilhões, dentro dos já informados R$ 7,297 trilhões. Esta segunda dívida representa o somatório de valores menores se comparados a dívida bruta, que consideram o que o País já possuí de ativos internacionais para o pagamento da dívida, no entanto, mesmo sendo um número menor, ultrapassou neste momento 58,3% do PIB nacional conforme informado pelo Banco Central.
Ou seja, mesmo a Dívida Líquida brasileira, que leva em consideração o que o País possuí de fato para pagar seus débitos, é consideravelmente maior do que o período anterior ao golpe de Estado. Os dados demonstram a que serviu o regime golpista para a economia nacional e para o povo brasileiro.
Ao contrário da propaganda inicial, que era necessário reduzir os gastos da máquina pública, privatizar para supostamente aumentar os lucros, o Estado nacional entrou em processo de falência com dívidas muito maiores do que inicialmente. O fato da dívida pública ter aumentando neste porte deve-se a campanha destrutiva do regime golpista contra a economia nacional, que se sustentou em pontos fundamentais, como a privatização de empresas-chave, entregues praticamente de graça para o imperialismo, como também pela ação de operações como Lava Jato, que foram responsáveis por quebrar grande parte das empresas nacionais. Em quanto o regime operava contra a economia nacional, entregava grande parte do orçamento estatal para os bancos privados, sobretudo os bancos do imperialismo, que hoje dominam mais de 50% do PIB nacional.
Na prática, os estados se endividam, pois a capacidade de arrecadação mensal não da mais conta de pagar o que o golpe de Estado a nível nacional vem reservando como garantias aos bancos privados e acionistas estrangeiros. Recentemente, o Senado brasileiro chegou a definir que a partir do próximo ano, o Estado irá cobrir ao menos 50% dos dividendos que pessoas físicas ou jurídicas tiverem com os bancos privados, ou seja, entregando todos os recursos nacionais para a sustentação destes verdadeiros parasitas da economia nacional.