No Rio de Janeiro, a Polícia Militar mais uma vez inicia uma operação contra os trabalhadores, com a justificativa de que esta é uma estratégia de combate ao crime organizado. A ação ocorreu na última terça-feira, 20, e os alvos foram comunidades da Zona Norte, Quitungo e Guaporé, e da Região Central, Gamboa e Morro da Providência. Os policiais contaram com uma equipe de demolição, que destruiu completamente as barricadas que foram construídas pelos moradores para se protegerem dos ataques armados dos militares.
Todas as escolas da região estão funcionando na modalidade remota, o que significa que as crianças e adolescentes, para que não corram risco de vida, estão tendo o seu acesso à educação precarizado, e em alguns casos negado, uma vez que muitos brasileiros ainda não tem acesso à internet ou aparelhos eletrônicos. Na saúde não é diferente: vários postos estão com o funcionamento suspenso enquanto persistirem as operações.
Esse tipo de ação por parte da Polícia Militar de nada acrescenta aos trabalhadores, muito pelo contrário: historicamente podemos perceber que elas são sanguinolentas e culminam em um massacre nas favelas, que aterroriza o povo e estabelece uma espécie de “estado de sítio não oficializado” sobre os mais pobres.
Um exemplo desse tipo de situação é a operação que ocorreu no Jacarezinho, que deixou 28 mortos, 24 deles tendo sua investigação arquivada. Além de todo o sangue operário que é frequentemente derramado durante essas intervenções, os que permanecem em vida, além de lidar com a dor do luto por familiares, conhecidos e amigos, tem muitos direitos suprimidos. O acesso à saúde, à educação e principalmente o direito de ir e vir ficam suspensos para muitas pessoas.
Tendo isso em vista, devemos lutar contra as operações militares nas comunidades, bem como pelo fim dessa instituição de defesa da propriedade privada e dos mais ricos que é a Polícia Militar e reivindicar a substituição dela por milícias operárias e comitês de auto-defesa.