Vivendo em outro mundo

PSTU repete a campanha imperialista contra o Catar

PSTU acusa o mundo de ser conivente com o Catar, ignorando a campanha geral do imperialismo contra o país

Em matéria intitulada “Copa no Qatar: Quando o esporte é usado para tentar encobrir a exploração e a opressão”, publicada no último dia 22 de novembro, o PSTU repete como um papagaio a campanha imperialista contra o Catar.

Como divulga a imprensa imperialista, o PSTU parece acreditar que só no Catar há exploração e opressão e que o futebol, nesse caso, só serve para encobrir isso. Vejamos o absurdo da afirmação do PSTU:

O emir Tamim Bin Al Thani discursou na abertura da Copa do Mundo, saudando a diversidade. ‘Que beleza juntar essas diferenças todas, essa diversidade toda para reunir todos aqui’, disse o líder máximo e, literalmente, ‘absoluto’ do Qatar.

Seria uma ‘beleza’, de fato, se a fala não fosse uma deslavada expressão da mais pura hipocrisia e parte da cortina de fumaça que o governo do país que sedia a Copa e a Federação Internacional de Futebol (FIFA) tem tentado usar para encobrir os muitos e graves problemas que cercam esta edição do torneio.

Lendo o artigo do PSTU, não parece apenas que só no Catar há exploração e opressão, mas que só lá tem cinismo.

É uma demostração de extrema subserviência do PSTU diante do imperialismo a reprodução da campanha contra o Catar. Mas é escandaloso também que o PSTU acuse o monarca do Catar de ser cínico e querer encobrir os crimes no seu país, sem se dar conta que a campanha contra o Catar também serve para encobrir os crimes dos países imperialistas.

Não é só isso. A campanha contra o Catar é a conhecida política golpista do imperialismo contra os países atrasados que não estão totalmente alinhados com sua política.

O PSTU é conhecido por suas posições pró-imperialistas em várias ocasiões, a começar pelo Brasil, mas também no golpe na Ucrânia e no Egito. Agora o partido repete a campanha do imperialismo.

O artigo do PSTU limita-se a apresentar uma lista de maldades do Catar. A impressão que temos, é que ali é o próprio inferno, ou melhor, o único inferno no mundo. O PSTU está tão hipnotizado pela campanha imperialista que não é capaz de citar nenhuma única ressalva. Tudo o que dizem contra o Catar é um fato consumado. Repete, inclusive, a informação já desmentida de que quase 7 mil trabalhadores teriam morrido nas obras da Copa.

Quando não fala mal do Catar, é para falar mal da Copa e da FIFA. O artigo do PSTU não questiona o fato de ter a mesma posição do imperialismo.

Logicamente que o Catar não é nenhuma maravilha, a monarquia é absoluta, os trabalhadores são explorados, as mulheres não têm direitos, nem os LGBTs. Mas não é disso que se trata. O imperialismo, ao levantar todas as mazelas, reais ou muitas delas inventadas sobre o Catar, não tem interesse em resolver nenhum desses problemas. Inclusive porque não resolve nem nos seus próprios países.

O PSTU nem considera quais são os interesses imperialistas ao atacar o Catar. O que está por trás? A aproximação com a Rússia? A tentativa de uma posição mais independente da monarquia em relação ao imperialismo, como mostra a criação da rede estatal de TV, Al Jazeera? O apoio à Irmandade Muçulmana? As relações com a China? O petróleo e o gás? Os morenistas ignoram tudo isso. Para o PSTU, só existe aquilo que está sendo divulgado pela imprensa.

E o mais escandaloso da matéria do PSTU é a cegueira, ou poderíamos dizer que o PSTU se faz de bobo para poder justificar seus argumentos.

A tese do PSTU, de que a Copa serve para encobrir os “crime do Catar” é totalmente sem pé, nem cabeça. Se fosse isso, a monarquia do Catar escolheu a pior maneira de esconder sua política, pois a Copa é o evento mais popular do mundo e os olhos de todos estão voltados para o país da Copa. 

Toda indignação diante do que foi chamado de medida “autoritária” e “alheia ao espírito desportivo” soou particularmente hipócrita diante do silêncio cúmplice ou, no máximo, o tímido murmúrio que têm cercado temas realmente escandalosos e inaceitáveis em relação à Copa no Qatar, a começar pelo caráter do regime local e, particularmente, à forma deplorável como mulheres, LGBTs e imigrantes são tratados no país.

É exatamente o oposto do que afirma o PSTU. Não há silêncio nenhum nem mesmo “tímido murmúrio”. Toda a imprensa imperialista, da qual o PSTU é mero papagaio, está incessantemente divulgando as tais violações no Catar. Chegou ao ponto de seleções dos países imperialistas terem protestado. Em que mundo vive o PSTU?

A resposta parece vir do seguinte comentário na matéria: “só podemos concordar com o colunista do portal UOL Chico Alves que, no dia 18, destacou que, até o momento, ‘em nome da maior festa do futebol, a Copa do Mundo, e dos negócios bilionários motivados por ela, o Qatar recebeu uma espécie de salvo conduto planetário’”. O PSTU se orienta exclusivamente pela imprensa capitalista, é bom lembrar que o UOL é da Folha de S. Paulo golpista, a maior propagandista do “Não vai ter Copa” no Brasil em 2014. Acredita na falsificação dessa imprensa ao dizer que o Catar recebe “salvo conduto planetário”. A ideia, como dissemos acima, é absurda, uma vez que os principais órgãos da imprensa imperialista no mundo inteiro estão na campanha incessante contra o Catar.

Mais uma vez, o PSTU escolhe o lado certo ─ conforme toda a demagogia do imperialismo ─, o da paz, do respeito aos direitos humanos, dos LGBTs, das mulheres. O lado desses tão civilizados países europeus imperialistas, responsáveis pelas maiores mazelas que existem no mundo.

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