O Banco Central (BC) do Brasil divulgou, na última segunda-feira (28), o relatório de mercado Focus, que é divulgado ao público toda segunda-feira. Nele, são apresentados cálculos estatísticos que levam em conta dados do mercado de 2022, que não são originados pelo BC. Ele mostra a evolução gráfica e o comportamento das projeções para os índices de preços, atividade econômica, câmbio, taxa Selic e outros indicadores financeiros para os anos de 2022, 23, 24 e 25. São baseadas no PIB total, no câmbio, na taxa Selic, no IGP-M etc.
A taxa Selic, que é atrelada ao índice inflacionário e que é manipulada pelo Banco Central juntamente com o mercado financeiro, aparece no Focus com um quinto aumento consecutivo este ano de 2022, passando para 13,75%, uma taxa altíssima e que influencia diretamente no valor que é retirado pelos bancos do orçamento anual brasileiro. Porém, apresenta uma queda para 11% em 2023, 8% em 2024 e 7% em 2025, previsões que não possuem qualquer tipo de garantia.
A estatística inferencial, utilizada pelo BC, faz afirmações a partir de um conjunto de valores representativos sobre um universo muito maior que o observado. É semelhante à utilizada nas pesquisas eleitorais. O objetivo dela é tirar conclusões com base em amostras (uma parte) de tal modo que as informações possam ser expandidas para toda a população (o todo).
Uma amostra é uma redução da população a dimensões menores, sem perda das características essenciais. Olhando a amostra, se ela é bastante representativa, os resultados poderão ser generalizados para toda a população. As conclusões fundamentadas em uma amostra não serão exatamente as mesmas que você encontraria se considerasse toda a população, em função da variabilidade.
Então, toda conclusão tirada por uma amostragem virá acompanhada de um grau de incerteza. A despeito disso, a classe burguesa poderá ou não alterar o modo de conduzir seus negócios o que influenciará a classe trabalhadora, além de alterar os próximos dados que serão obtidos para as próximas inferências. Ou seja, a burguesia altera os dados constantemente conforme os seus interesses.
A única maneira de levar o País a se desenvolver de modo que haja justiça social e distribuição da riqueza de maneira mais equilibrada é por meio de uma mudança do sistema político e econômico: o poder precisa ser retirado do domínio da burguesia. Mesmo o governo Lula, caso mobilize sua base eleitoral para apoiar suas propostas econômicas, já seria um fator que alteraria o mercado financeiro sensivelmente e provocaria um benefício maior para a classe trabalhadora.
É necessário que a esquerda direcione o povo para que promova uma mudança no domínio do mercado financeiro pela burguesia. É urgente a necessidade dos trabalhadores se organizarem para reivindicar seus direitos e derrotarem o golpe no País, que já causou consequências irrecuperáveis.