O aumento no preço dos combustíveis anunciado pela Petrobras fez com que caminhoneiros e transportadoras decidissem parar a partir da última sexta-feira (11). As empresas e entidades de caminhoneiros disseram, em comunicado, que o reajuste do Diesel inviabilizou o frete e que as frotas ficarão paradas.
A CNTA (Confederação Nacional de Transportadores Autônomos) diz que a paralisação será técnica e sem bloqueios nas estradas e afirma que o aumento dos preços dos combustíveis fez o sistema entrar em colapso.
A Abrava (Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores) condena a política de preços da Petrobras.
Lideranças entre os caminhoneiros dizem que não tem solução a não ser encostar o caminhão e que não querem trabalhar no prejuízo.
O histórico de aumentos no ano de 2021 levou ao reajuste, nas bombas, de cerca de 45% no Diesel, gasolina e outros tantos no gás de cozinha. Neste ano, em pouco mais de dois meses, o acumulado chegou a 24,5%. Enquanto que os salários dos trabalhadores sequer acompanharam a inflação.
A nova política de preços indexados ao dólar e ao mercado internacional entrou em vigor em 2016, durante o governo de Michel Temer. Após cinco anos da mudança, o combustível no Brasil concentra a maior alta da história, superando a inflação em mais de 30%.
Em dezembro passado, o CAE (Conselho de Assuntos Econômicos), do Senado, aprovou projeto contendo as diretrizes para os reajustes dos combustíveis, alegando que o governo federal de Bolsonaro está em completa inércia e até solicitou ajuda à casa.
As diretrizes constantes no projeto são de proteção dos interesses dos consumidores, redução da vulnerabilidade externa, estímulo à utilização da capacidade instalada das refinarias e sua expansão, critérios para os preços internos e redução da expansão desse preço. O projeto deverá ser incluído na pauta da Câmara Federal para votação. Os novos aumentos vieram a seguir, quase imediatamente à publicação da aprovação do projeto.
O novo aumento dos preços neste mês ocorreram após intensificação do conflito entre Otan e EUA contra a Rússia na questão da tentativa da Otan de incluir a Ucrânia neste órgão, contrariando decisões anteriores onde a Otan não poderia avançar em direção ao leste e às fronteiras da Rússia.
Depois de várias tentativas de negociação sem resultado, restou a Putin a ação militar em território ucraniano, contra o golpe de estado que colocou o Zelenski no governo. E este contou com o apoio e treinamento por parte da Otan e seus aliados, com o fornecimento de armas e formação das milícias de extrema direita que fazem parte do governo Zelenski. O objetivo é claro de ameaçar a Rússia com a expropriação de suas riquezas, petróleo e gas, como todas as outras invasões por parte da Otan, caso do Iraque, Líbia, Síria, Afeganistão, etc, etc, etc.
Todas as sanções impostas à Rússia, tentando enfraquecê-la para depois dominá-la, causaram um enorme problema em todo o mundo. A Europa depende substancialmente do gás vindo da Rússia, para residências e para as indústrias. As sanções à Rússia levaram a um enorme aumento dos preços internacionais, piorando a situação das economias já em profunda crise. Tudo isso mostra a completa incapacidade do imperialismo gerenciar o planeta, criam o caos por todo lugar, não resolvem o problema das crises e o sistema está cada dia mais perto da extinção total.
O mesmo ocorreu aqui no Brasil. Aqui é ainda pior por conta do golpe, que entregou a Petrobrás aos capitalistas, a empresa teve privatizada a grande maioria de suas refinarias, que agora exportam toda a produção para ganhar mais e falta combustível internamente, e aí temos que importar aos preços absurdos do mercado internacional. E com o pré-sal, adquirimos a independência de petróleo, temos tudo que precisamos, mas agora sem refinarias que foram vendidas, dependemos novamente de compras no exterior ao preço que o imperialismo deseja impor.
Hoje não se sabe se a greve dos caminhoneiros irá acontecer de fato, mas é absolutamente óbvio que deveriam parar sim, e não só os caminhoneiros, toda a frota de veículos a combustão interna deveria ficar nas garagens também. Ônibus, automóveis, motoristas de aplicativos, de entregas e etc. Sem vender combustíveis em todo o país, o governo irá tomar alguma medida. Afinal se já vivemos no caos, se piorar piora para as empresas com redução dos lucros. Se com salários já amargam a fome, a única coisa a fazer é a luta nas ruas, a única coisa que o imperialismo teme, povo nas ruas.
E essa greve deve acontecer sim, pelos caminhoneiros e com a adesão de todos os trabalhadores, pois os avanços contra os salários,os empregos e os direitos trabalhistas e individuais já atingiram patamares históricos e precisam ser retrocedidos, antes da morte por inanição de todo o povo. Já que é sabido que a fortuna dos 10% mais ricos têm aumentado com a crise e mesmo com toda miséria dos trabalhadores.
Essa luta precisa ser travada imediatamente, contra os aumentos dos combustíveis, contra as privatizações da Petrobrás, Eletrobrás, etc e nacionalizar todas elas. A Petrobrás tem que ser 100% Nacional.
Ademais, o preço dos combustíveis fazem disparar a inflação generalizada, e a consequência é que os trabalhadores irão consumir menos alimentos, água, internet, passagens nos transportes públicos e privados, remédios e tudo mais. É hora da população se unir aos caminhoneiros e empresas transportadoras por preços acessíveis aos mais pobres. Todos os preços. Precisamos de uma greve geral já.