Três pessoas foram presas na manhã dessa terça-feira (8), em Salvador, denunciadas pelos crimes de furto qualificado, dano qualificado, incêndio e associação criminosa. Conforme a denúncia, os presos teriam participado da invasão, derrubada e incêndio de casas ocorridos na madrugada de 20 de novembro de 2021, na comunidade Sítio Tererê, em Catu de Abrantes, Camaçari. As prisões ocorreram dentro das ações da “Operação Cricket”, realizada pelo Ministério Público estadual, por meio do Grupo de Apoio Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Cinco policiais militares envolvidos na invasão e derrubada de casas na comunidade conhecida como ‘Sítio do Tererê’ foram denunciados pelo Ministério Público. Segundo as investigações, os policiais teriam liderado, coordenado e participado da execução da ação ocorrida no dia 20 de novembro. Eles foram denunciados pelos crimes de furto qualificado, dano qualificado, incêndio e associação criminosa.
Na denúncia, o Gaeco relata que os policiais foram os responsáveis pela intimidação dos moradores e garantia do sucesso da empreitada ilícita com o uso de armas de fogo, além de serem responsáveis pela realização do pagamento dos valores combinados com os indivíduos contratados para a invasão e desocupação do terreno. As investigações indicam que os policiais teriam recrutado homens e providenciado veículos, uma retroescavadeira e ferramentas para invadir e destruir casas existentes em um terreno onde residiam cerca de 30 famílias, sendo também responsáveis pelo pagamento da quantia de R$200 para cada contratado. Foram recrutados um total de 17 homens para a ação criminosa.
Os envolvidos na ação criminosa teriam se encontrado por volta de meia-noite do dia 20 na Avenida Paralela, em Salvador, de onde saíram em direção ao Sítio Tererê. As investigações apontam que, ao chegarem no local, eles iniciaram a ação criminosa, sendo que, utilizando uma máquina retroescavadeira, foices, picaretas, marretas, martelos, enxadas e facões, passaram a demolir casas e barracos, além de danificar móveis, objetos e utensílios domésticos de propriedade dos moradores. Em seguida, atearam fogo nas casas, nos barracos e em bens materiais das vítimas.
Os moradores estavam dormindo e acordaram assustados com o barulho da máquina retroescavadeira e dos gritos dos invasores, que faziam ameaças, como: “sai, sai, vou matar”. “Os moradores do ‘Sítio Tererê’, aterrorizados com a ação dos invasores, fugiram de suas residências e se esconderam no mato, de onde continuaram assistindo, sem nada puderem fazer a destruição de suas casas e de seus pertences”, narra a denúncia do Gaeco.
Os denunciados foram autuados em flagrante por guarnição da Polícia Militar acionada por integrantes da comunidade no dia da ação criminosa. Segundo a denúncia, eles se encontravam à paisana e não estavam de serviço no momento dos fatos.
Assim como na cidade, a PM só oferece terror aos trabalhadores no campo. É uma máquina de guerra contra o povo e precisa ser extinta. Não “desmilitarizada” porque isso é uma fantasia e um distracionismo, quem duvidar verifique o que a Polícia dita Civil fez essa semana na favela do Jacarezinho no Rio de Janeiro. A extinção das polícias é uma reivindicação central para os trabalhadores.
No outro lado do mesmo problema, temos a importância dos Comitês de Autodefesa. Essa forma de organização que antecede a constituição das Milícias Populares é uma necessidade urgente para combater a violência do estado burguês e organizar a resistência popular. A violência policial não pode ser enfrentada apenas com palavras, quem conhece essa violência de perto sabe disso.