Na noite do dia 15/03, a Polícia Militar invadiu a ocupação Valdice Teles, em Aracaju. O resultado da operação foi o assassinato de um trabalhador e outras quatro pessoas levadas à cadeia. O homem morto pela PM era militante do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), e a ação foi denunciada por seus militantes. Esse é mais um episódio que deixa clara a urgência na luta pelo fim da Polícia Militar.
O coordenador da ocupação, Diego dos Santos, denuncia que é a quarta vez que a PM invade o local, provocando terror nas famílias e trabalhadores. O argumento usado é sempre de que há denúncias de armas no local, o que é apenas uma desculpa para reprimir a ocupação.
“Toda vez que a polícia vem aqui é desse jeito. Já chegam atirando e chamando todo mundo de vagabundo. Aqui tem trabalhador, criança e idoso. Eles não têm nenhum cuidado com isso. Inclusive o rapaz que morreu ontem não era bandido, trabalhava no Mercado Municipal aqui de Aracaju”, afirma Diego.
Nessa ação, o coordenador foi preso junto a outras três pessoas. O trabalhador assassinado pela PM se chamava William Goiânia e tinha apenas 20 anos.
Ainda de acordo com Diego, o clima de insegurança toma conta dos moradores da ocupação, porque sabem que a qualquer momento a PM pode voltar a aterrorizar a população. Além disso, os próprios policiais fizeram ameaças nesse sentido, dizendo que da próxima vez será pior. Ou seja, provavelmente haverá mais violência contra essas pessoas, que correm sérios riscos de vida.
Esse foi mais um episódio em que a Polícia Militar mostra seu caráter repressivo contra a classe trabalhadora. Falsas denúncias de delitos são usadas como mote para a repressão. Nesse caso, a intenção é intimidar os companheiros do MTST que ocupam o local, a fim de amedrontá-los e fazê-los recuar na luta por moradia.
É urgente a luta pelo fim da Polícia Militar, braço armado do Estado burguês contra a classe operária. A imprensa burguesa categoriza a PM como uma instituição que serve para proteger os cidadãos, quando é justamente o contrário: seu papel sempre foi e sempre será de reprimir os trabalhadores e levar mais violência aos oprimidos. Não há forma de reverter essa situação senão acabando com a Polícia Militar e entregar a segurança ao cargo dos próprios trabalhadores.
É urgente, também, a criação de comitês de autodefesa dos trabalhadores que estão na luta pela moradia contra a PM. É preciso que se organizem e que estejam preparados para responderem aos episódios de repressão policial.
Só assim a luta pela moradia terá força de continuar e atender às necessidades dos trabalhadores sem-teto.