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Guerra civil?

Perseguição contra Trump acirra polarização política nos EUA

Apoiadores do ex-presidente saíram às ruas e às redes sociais contra a invasão do FBI a uma das casas de Trump

Nesta segunda-feira (08), o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi surpreendido por uma operação de busca e apreensão do FBI em sua mansão, na Flórida. Segundo fontes anônimas, a ação se deu em decorrência de uma investigação acerca de documentos confidenciais que teriam sido levados pelo republicano para sua casa após ter saído da presidência.

“Depois de trabalhar e cooperar com as agências governamentais relevantes, este ataque não anunciado em minha casa não foi necessário ou apropriado”, declarou Trump em um comunicado.

As agências de inteligência americanas não comentaram sobre o ocorrido, tampouco confirmaram as afirmações acerca da natureza da operação. Todavia, o juiz federal Bruce Reinhart, da Flórida, levantou o sigilo do mandado nesta sexta-feira (12) após solicitação do Departamento de Justiça dos EUA, revelando que se trata de uma investigação sobre possível violação da lei de espionagem.

Reação popular

Com a publicação da notícia por Trump em seu Twitter, simpatizantes do ex-presidente iniciaram uma campanha virtual contra o ocorrido. Seus apoiadores começaram a falar em “guerra civil”, bem como em tiroteio.

Steven Crowder, comentarista conservador, por exemplo, publicou uma mensagem em seu Twitter afirmando que “amanhã tem guerra”. Ademais, ele defendeu que as agências de inteligência federais fossem desfinanciadas e desmanteladas em seu programa no YouTube.

Além disso, um panfleto foi publicado por Toni Ringlein, militante da direita que participou da invasão ao Capitólio, convocando um protesto contra a “tirania do FBI” no mesmo dia da operação.

No dia seguinte, perto de sua mansão, apoiadores de Trump realizaram uma manifestação afirmando que tanto o FBI, quanto o Departamento de Justiça, são corruptos.

Crise permanente

Os recentes acontecimentos envolvendo Trump demonstram, mais uma vez, que o imperialismo passa por uma grande crise não só em relação ao seu domínio mundial, como também internamente. Entretanto, essa não é uma crise de hoje, mas sim uma consequência da cada vez mais clara decadência do imperialismo como sistema econômico estabelecido.

Afinal, a própria eleição de Trump, em 2016, já representou um balde de água fria nos planos do imperialismo. Ele é um fator de polarização política e, consequentemente, de desestabilização do regime, pois não é um homem do establishment, não representa fielmente os interesses dos imperialistas mais poderosos dos EUA. Nesse sentido, Trump não tem compromissos com a principal ala do imperialismo, mas sim com os setores secundários da burguesia americana.

Finalmente, Trump formou a sua base após a crise de 2008. Na época, uma enorme parcela da população americana sofreu muito, parcela que, até os dias de hoje, está cansada do regime de opressão imperialista. Logo, Trump aproveitou de sua demagogia característica e procurou se apresentar como uma salvação, um homem de fora do sistema. O episódio do FBI só mostra como esse grupo de apoiadores é extremamente fiel a Trump, faz tudo por ele.

Mesmo fora do poder, Trump é um perigo

A figura de Trump dividiu os Estados Unidos em dois lados: os que o amam, e os que o odeiam. Fica claro que ele é um fator de polarização muito grande e, justamente por isso, representa uma ameaça ao imperialismo, mesmo após ter perdido as eleições para Biden.

Dessa maneira, tenta puní-lo de todas as formas possíveis: pela manifestação que ocorreu no ano passado no Capitólio, o baniu das redes sociais e, agora, inicia uma perseguição judicial dura que pode ter consequências mais graves a Trump.

Entretanto, nada disso tem adiantado para minar a popularidade de Trump. Cada ação autoritária do imperialismo tem uma resposta imediata nas ruas por parte da base que continua com Trump. É, nesse sentido, uma situação praticamente irreversível que pode, inclusive, resultar em ainda mais um mandato de Trump.

É algo similar ao que acontece no Brasil, com Bolsonaro. A verdadeira candidata do imperialismo é Tebet, mas Bolsonaro é quem possui a maior base de apoio. Logo, cria-se como se fosse uma situação de refém, onde, até certo ponto, a burguesia precisa manobrar em torno de Bolsonaro para que a polarização no País não exploda. Algo que, por definição, representaria um grande ataque à candidatura do neoliberalismo, a terceira via.

Portanto, agora, o imperialismo americano está em uma sinuca de bico. Qualquer medida mais agressiva contra Trump pode resultar em uma convulsão social capaz de chacoalhar os Estados Unidos.

É uma situação que se acentua principalmente agora em que o governo Biden está completamente desacreditado após a série de derrotas que sofreu ao redor do mundo. Sem contar na crescente inflação dos próprios Estados Unidos que diminui cada vez mais a classe média e, economicamente, polariza a população.

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