Nos meses de abril e maio, a CSP-Conlutas, a central pelega ligada ao PSTU, enviará representantes para participarem na guerra da Ucrânia ao lado dos nazistas. O Comboio Operário da Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Lutas para a Ucrânia partirá de Dijon, na França, onde ocorre uma reunião do grupo, até a Ucrânia, entre os dias 25 e 27 de abril.
Mais uma vez, o PSTU toma a dianteira no apoio ao imperialismo, como vem fazendo nos últimos anos de forma exemplar. Dentro da esquerda nacional, foram os maiores apoiadores do golpe de estado de 2016, que derrubou a presidenta eleita Dilma Rousseff, uma iniciativa orquestrada diretamente pelos Estados Unidos.
Na política internacional, bateram ponto com o imperialismo em todas as suas campanhas. Uma das de maior destaque foi justamente o apoio ao golpe na Ucrânia em 2014, que contou com manifestações contra o governo, onde a CIA financiava diretamente grupos nazistas para participarem da derrubada do governo. Aqui, a história se repete de forma ainda mais trágica.
De acordo com a central golpista, o objetivo é prestar solidariedade à Ucrânia diante da “dura ofensiva militar de Putin”. A ofensiva de Putin, na verdade, nada mais é do que uma guerra defensiva, uma defesa da soberania nacional e da população russa contra a intervenção da OTAN na região. Após os dois meses de guerra, ficou mais do que explícito os interesses envolvidos na guerra e de qual lado a esquerda e os trabalhadores devem se posicionar.
A Rússia cumpre uma importantíssima tarefa na luta contra o imperialismo norte-americano, que foi responsável por um verdadeiro massacre na região do Donbass, onde a população de etnia russa era duramente perseguida pelo governo ucraniano. Além disso, a ofensiva militar promovida por Putin é um ataque direto às diversas milícias nazistas que não só atuam abertamente no país, mas são inclusive parte da defesa do governo de Zelensky.
Da mesma forma como fizeram em 2014, fazem-no agora novamente. O golpismo do PSTU é tamanho a ponto de fazê-los defender um governo apoiado em milícias declaradas neonazistas, pró-imperialista e contra a soberania russa.
No texto sobre o comboio, PSTU e Conlutas defendem a derrota militar de Putin na Ucrânia e o apoio à resistência armada e desarmada, ou seja, estão lado a lado com o imperialismo norte-americano. A derrota de Putin é uma derrota para todas as nações oprimidas pelo imperialismo. Defendem a autodeterminação dos ucranianos, mas não defendem a soberania dos russos.
Levantam demagogicamente e de forma totalmente farsesca o fim da OTAN e de suas ocupações. Para que isso ocorra, a ofensiva da Rússia é extremamente necessária. Defender a Rússia é, neste sentido, uma luta contra a ocupação da OTAN. Não à toa, a crise começou justamente porque o governo do capacho Zelensky estava avançando cada vez mais em fazer parte da OTAN.
Cabe lembrar também que, na Assembleia Geral da ONU, realizada no dia 7 de abril, houve votação para a suspensão da Rússia no conselho de direitos humanos, onde mais de 20 países se posicionaram ao lado da Rússia. Dentre esses estava, países conhecidamente oprimidos pelo imperialismo, como Irã, Nicarágua, Vietnã, Síria. Além desses, mais de 50 países se abstiveram e não apoiaram diretamente o imperialismo.
Dentre outras reivindicações levantadas pela CSP estão também a “solidariedade internacional com o movimento antiguerra e pró-democracia na Rússia”. A verdadeira luta pela paz deveria ser a luta contra a OTAN, contra a invasão norte-americana no país e pela libertação da Ucrânia dos neonazistas que comandam o governo.
Trata-se de mais um episódio vexaminoso de um setores mais reacionários e mais pró-imperialistas da esquerda nacional. Procuram disfarçar mas no fundo todos sabemos que se trata de um comboio que vai lutar ao lado dos nazistas, em defesa dos interesses dos EUA.
Uma vez golpista, sempre golpista. Não será desta vez que o PSTU vai perder seu lugar no pódio da esquerda pró-imperialista e que atua contra o interesse dos trabalhadores. A esquerda deve apoiar incondicionalmente a ofensiva militar da Rússia contra os nazistas na Ucrânia. É necessário defender a soberania dos povos e a expulsão da OTAN da região. Todo apoio à Rússia!
