O que temos assistido no Brasil não tem nada a ver com liberalismo econômico, são verdadeiros assaltos das riquezas construídas com o sangue e o suor da população brasileira. E não é só isso, trata-se também de um assalto continuado, pois os capitalistas, que abocanham empresas valiosíssimas a preço de banana, aumentam os preços dos serviços, como as contas de energia elétrica, e passam a saquear diretamente no bolso dos trabalhadores.
Aqueles que acreditam na livre concorrência e são contra os monopólios deveriam se perguntar por que os burgueses não constroem nada e tratam de pegar empresas que foram construídas com dinheiro público? Por qual razão não erguem hidrelétricas? Porque são parasitas. Pior, os monopólios continuam a existir, mas, desta vez, nas mãos de uma classe que tem como único objetivo o lucro, não importando se para isso milhões de pessoas permaneçam na miséria.
Em São Paulo, por exemplo, o governo (Telesp) cabeou todo o Estado, um trabalho caríssimo que demandou muito sacrifício dos paulistas. Após a ‘privatização’, o telefone, que era um bem, passou a ser um serviço. Hoje, se paga de 7 a 10 vezes mais por telefone do que anteriormente. Muitos poderão argumentar que graças à privatização o serviço se modernizou, mas isso não é verdade. Primeiro, todo o serviço de telefonia celular ficou anos utilizando a infraestrutura e sistema de cabos que o Estado implantou. Segundo, a tecnologia se desenvolve naturalmente e muitas vezes é até sabotada pela concorrência. Um exemplo disso é o 5G, que está sofrendo atrasos devido à briga de certos interesses.
A promessa de queda de preços e melhoria de serviços nunca se verifica, antes o contrário. No Brasil, por exemplo, a telefonia é ruim e caríssima. Os serviços de internet cobram preços abusivos e entregam acesso com baixa taxa de transferência de dados. O mesmo podemos dizer do preço da energia elétrica que, agora, tende a ser dolarizado como vem acontecendo com o preço dos combustíveis.
Golpe e contragolpe
O imperialismo deu um golpe na Brasil, “com Supremo, com tudo”, o que inclui os militares, colocou um governo fantoche e elegeu um fascistoide para poder retirar o que ainda restava de estatais no País. Temos o petróleo, temos tecnologia para extrair, temos refinarias, mas foi tudo dado de mão beijada para os parasitas internacionais. O brasileiro está pagando em dólar por um produto sobre o qual poderia ter controle e usar para o desenvolvimento social.
É necessário contra golpear o imperialismo e no momento isso passa pela reeleição de Lula. A esquerda tem que exigir de volta as empresas que foram construídas com nosso esforço e utilizá-las para o desenvolvimento social, não para enriquecer um bando de parasitas no Brasil e principalmente no exterior.
Nós não temos que nos calar diante da destruição da nossa economia e do nosso povo. A população brasileira está sendo atirada na mais profunda miséria por um uns vendilhões. É tarefa da esquerda dirigir a luta pela retomada de tudo o que é nosso por direito. Não temos que respeitar contratos assinados na calada da noite. E não adianta cair na conversa da esquerda pequeno-burguesa que vai tentar reverter as privatizações no Congresso, é apenas o povo nas ruas que tem o poder de mudar essa atual situação e derrotar nossos inimigos de classe.
