Foi iniciada no dia 31 de novembro a segunda parte da demolição do campus da antiga Universidade Gama Filho, no bairro de Piedade, zona norte do Rio de Janeiro. A demolição do campus é um claro exemplo de desperdício que o Estado faz em relação à educação pública, já que a estrutura da Universidade poderia ser usada para formação superior da população, em vez de um parque.
A Gama Filho foi uma importante instituição de ensino superior privado no Rio de Janeiro, sendo referência no curso de medicina, ministrado no campus situado em Piedade. A Universidade faliu na década passada e o campus ficou absolutamente abandonado, transformando-se em um local danoso à população do bairro.
O Brasil é um país que apresenta flagrante falta de médicos para atender à população, tendo necessitado importar médicos cubanos para atender boa parte de nossa população, que ficou desassistida com o fim do programa “Mais Médicos”, consequência do Golpe de 2016 contra a ex-presidenta Dilma Rousseff.
Nesse cenário catastrófico para a saúde pública da classe trabalhadora, a demolição de um campus universitário referência no curso de medicina é um desperdício que vai além do absurdo, é um verdadeiro deboche com a população do Rio e do Brasil. O certo era estatizar toda a estrutura universitária, aproveitando equipamentos e profissionais, visando à oferta de cadeiras do ensino superior para a população.
O curso de medicina é o mais caro do país, chegando a mensalidades no valor de 10 mil reais. Isso é um absurdo, tendo em vista a importância da profissão para a vida humana. O ensino superior deve ser oferecido pelo Estado de forma completamente gratuita, em todo território brasileiro. Isso significa dizer que não deveria existir nenhum tipo de curso superior privado. Os médicos, em geral, saem desses cursos pensando tão somente na própria carreira e no prestígio pessoal, esquecendo-se de que devem servir ao ser humano, independente de quem seja. Isso diferencia, por exemplo, os profissionais formados em Cuba com os brasileiros.
No caso da Universidade Gama Filho, fica claro o que deve ser feito: assim como qualquer empresa que fale, a Gama Filho deveria ser estatizada para servir ao povo. Seria um grande passo para a política de oferta 100% gratuita do ensino público, inclusive findando com os vestibulares. Isso poderia ser feito anexando a estrutura da antiga universidade às universidades públicas existentes no estado do Rio de Janeiro, como UFRJ e UERJ. Essa medida é completamente possível de ser tomada.
Dessa forma, é preciso defender a completa estatização do ensino superior, acabando com o ensino superior privado. O ensino privado vai contra a população, que carece de profissionais para atendê-la e também tem o anseio de ingressar no ensino universitário, mas não consegue.
Assim, somente um governo formado por trabalhadores pode atender aos interesses da classe trabalhadora. A burguesia jamais atenderá às demandas dos operários, como ficou claro no caso da Universidade Gama Filho.