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Histeria

Os militantes revolucionários são os hereges modernos

Ataques contra o PCO seguem a tradição dos detratores do marxismo

A nova “moda” de quem se diz “de esquerda”, mas que é contra a candidatura de Lula, é atacar o PCO, chamando o Partido de “seita”. O motivo é a denúncia, feita pelo DCO, de que há dinheiro da CIA, de ONG’s, fundações-fachada, financiando a esquerda no País. Esse financiamento é uma ingerência direta sobre a política e sobre a economia nacionais. Diversos setores, em vez de discutirem esse grave problema, preferem partir para o assédio. Quem sabe quais interesses estão por trás desses ataques?

Uma das formas de interditar o debate é tentar desmoralizar a outra parte. Em outras palavras, o argumento moral serve para desviar do assunto principal. Por exemplo, os EUA ocupam o Afeganistão e em vez de condenar essa violação, a esquerda pequeno-burguesa, para não apoiar abertamente o imperialismo, alega que o Talibã é misógino.

Recentemente, a OTAN vem ameaçando jogar a Ucrânia em uma guerra contra a Rússia. Imediatamente surgem vozes dizendo que a Rússia é indefensável porque o presidente do daquele país, Vladimir Putin, é “homofóbico”. O presidente da Nicarágua seria um “estuprador”; em Cuba, há supostamente milhares de “presos políticos”; a Venezuela seria uma “ditadura”. Argumentos variados surgem de acordo a ocasião e a necessidade.

O caso do financiamento

Este Diário publicou uma série de matérias que expõe a atuação de Guilherme Boulos no Instituto IREE (que emprega notórios golpistas), ligado à Global Americans, que é ligada ao NED (CIA). Não demorou muito e surgiu nas redes sociais, no perfil de Gringa Brazilien, um dossiê detalhado sobre o financiamento da Fundação Ford ao movimento Não Vai Ter Copa, que lançou Guilherme Boulos à cena política e foi usado para desestabilizar o governo de Dilma Rousseff (PT).

Reações surgiram de todos os lados. O DCM (Diário do Centro do Mundo), órgão da imprensa ‘independente’, partiu para o ataque. Abriu espaço em sua grade para dar voz a Boulos, que não negou nada, nem poderia, e se limitou a ficar dizendo que ‘não daria palco para maluco dançar’.

O youtuber Jones Manoel, em um vídeo sobre Guerras Híbridas, não podia deixar de faltar: disse que há uma seita aí dando conta de que havia financiamento estrangeiro, verdade, mas que isso não torna alguém automaticamente um agente da CIA. Aliás, nunca se acusou ninguém de ser diretamente agente, com certeza existem, mas não sabemos quem ou quantos sejam.

Diz o ditado que quem paga a banda escolhe a música. O próprio J. Manoel chegou a dizer, citando o livro Quem Pagou a Conta, de Frances Stonor Saunders, que a filósofa Hannah Arendt seria objetivamente uma agente da CIA, ainda que o não soubesse. Passou o tempo e eis que muda de ideia, como num passe de mágica.

Jones Manoel disse que é difícil encontrar alguma organização, movimento social de esquerda que não tenha recebido dinheiro da Fundação Ford, Rockefeller. “É o que vai dar emprego pra gente. Massa!”, nas suas palavras (assista). O critério utilizado para H. Arendt não serve para Boulos, para ele próprio. Bem oportuno. Mas por qual motivo o imperialismo escolhe determinadas pessoas, ou projetos, para financiar? No mínimo porque correspondem às suas expectativas.

O jornalista Breno Altman também aderiu ao argumento rasteiro de chamar o PCO de seita. Mas, como todos os outros, não pode negar que há financiamento estrangeiro na esquerda. Para ele, não importa de onde vem o dinheiro. Escrevemos uma matéria para rebatê-lo, da qual destacamos um trecho:

“Ele disse “Todos os partidos de esquerda já receberem recursos de “fundações burguesas”, daqui ou de fora. Ou essa “denúncia” já foi feita a todos.”. O jornalista continua por lamentar que as acusações feitas por nós tenham tão amplo público: “Que um pequeno partido atue como seita, disseminando a divisão e a cizânia, não é novidade…O duro é quando militantes de um partido de massas caem nessa cantilena e reproduzem esse sectarismo doentio”.

Altman, para completar o lamentável argumento, atribui a Lênin a seguinte frase “na luta de classes, não importa de onde vem os recursos, mas para onde vão”.”

O que são seitas

Basicamente, qualquer grupo religioso pode ser considerado uma seita. Porém, de um modo geral, denominava-se seita aqueles grupamentos que não pertenciam à religião hegemônica ou estatal. Por não serem a religião ‘oficial’, muitas seitas foram perseguidas durante a nossa história. Dentro do Cristianismo, por exemplo, há milhares de seitas.

Uma acepção dada ao termo seita, foi cunhado pela polícia nos EUA. Quando se batiza um grupo com essa denominação, abre-se um precedente para que seja investigado. Em geral, esses grupos são tratados como um perigo, formado por um bando de fanáticos perigosos. Há um caso famoso ocorrido em 1993, no Texas, que ficou conhecido como o Cerco de Waco. Essa seita chamada Ramo Davidiano era dirigida por um homem chamado David Koresh e viviam em uma espécie de comunidade. Entraram em atrito com o governo e resistiram às ingerências do Estado. Por estarem armados, entraram em confronto com a polícia, o que resultou na morte de quatro agentes e seis membros do Ramo Davidiano.

O Massacre de Waco

A partir daí, começou um cerco que duraria 51 dias. A grande imprensa tratou de bombardear a opinião pública, atestando até que haveria o abuso de crianças, fato que nunca foi comprovado. No dia 19 de abril, o FBI entrou em ação, investiram contra os fiéis com rifles calibre 50, veículos blindados e muito gás lacrimogênio. Três focos de incêndio se iniciaram, os sobreviventes dizem que foram provocados pelos agentes e as pessoas foram encurraladas e impedidas de sair. O saldo dessa festa macabra foi o de 76 mortos, mais de 20 eram crianças e duas mulheres grávidas.

Muitos populares condenaram a perseguição ao Ramo Davidiano. Exatamente dois anos depois do massacre, em 19 de abril de 1995, Timothy McVeigh, um veterano e herói da Guerra do Golfo, explodiu um prédio público, Oklahoma Citypara se vingar do Cerco de Waco. O atentado matou 168 pessoas e feriu mais de 680

O PCO

Os detratores do PCO dizem que se trata de uma seita, pois seria um grupo minoritário, o que não significa muita coisa, pois o partido tem uma intensa atividade política. Outros dizem que seus militantes agem como se fossem os donos da verdade. Um argumento bastante estranho, ninguém, em condições normais, agiria sem ter a noção de que estaria fazendo a coisa certa.

Outros dizem que, na verdade, o PCO seria uma seita porque tem um guru, Rui Costa Pimenta, que dita tudo o que deve e o que não deve ser feito, e todos obedecem bovinamente seus desígnios. Outro argumento fajuto. Um partido cujos militantes estudam a situação política, atuam nos movimentos, escrevem diariamente na imprensa mais antiga e ativa da esquerda brasileira, seriam pessoas que não pensam? Ninguém vai acreditar nessa tolice.

O motivo de todos esses ataques é justamente o fato de o PCO ser intransigente na luta pelos direitos e pelo fortalecimento da classe trabalhadora. A heresia consiste em não cair na vala comum de pensar como a classe dominante pensa. Ao expor que parte da esquerda está recebendo dinheiro da CIA, do imperialismo, muita gente foi pega de calças curtas e isso desmascarou elementos que até ontem se faziam passar por progressistas, mas que agora não vão mais conseguir agir impunemente dentro do movimento operário.

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