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Uma campanha de 1º turno

O misterioso “apoio” do imperialismo a Lula contra Bolsonaro

A campanha de ataques a Bolsonaro, em conjunto a farsa das pesquisas, tinha como objetivo principal enfraquecer o presidente no Congresso e nos governos

Um fenômeno marcou as últimas semanas da campanha eleitoral, em um clima político muito nebuloso o principal setor do imperialismo aparentava apoiar Lula contra Bolsonaro. Esse acontecimento deixou muitos, que sabem que Lula foi o maior inimigo do imperialismo no Brasil desde o golpe de 2016, incrédulos. Contudo, passada as apurações, a realidade dos votos explica o ocorrido: o imperialismo não quer um governo Bolsonaro forte, baseado em uma votação maior que Lula ou até mesmo uma vitória no primeiro turno.

O “apoio” a Lula, que na realidade era uma política de ataque a Bolsonaro, só pode ser compreendido em conjunto à farsa que foram as pesquisas eleitorais. As principais pesquisas indicadas, IPEC e DataFolha, falsificaram os números de Bolsonaro para enfraquecer a sua campanha. Elas também possuíram um efeito sob a campanha de Lula por meio do “já ganhou”, entretanto, sob o bolsonarismo, a grande perspectiva de derrota enfraqueceu esse setor político principalmente no que tange os estados e o congresso. Esse é o fator determinante para se entender a política do imperialismo no primeiro turno.

Bolsonaro, como ficou claro após a apuração, já possuía um enorme domínio do regime político nacional. Mesmo com a campanha contra, feita pelo bloco político do imperialismo, o presidente conseguiu conquistar uma maioria absoluta no Congresso e ganhar os principais estados do sul e do sudeste do País. Caso houvesse uma perspectiva de vitória, como, por exemplo, um empate técnico entre ele e Lula nas pesquisas, essa vitória nos demais cargos seria ainda mais acachapante. O Congresso Nacional seria ainda mais bolsonarista.

Aqui é preciso compreender que Bolsonaro não é o candidato de preferência do imperialismo no Brasil, ele foi alçado ao governo em 2018 no improviso como forma de impedir o retorno do PT ao poder. Contudo, com a desagregação do centro político devido à crise mundial do capitalismo, nos 4 anos que se passaram, ele tomou quase que controle total das instituições do regime político e cristalizou esse poder agora nas eleições. Bolsonaro, que era atacado pelo Supremos Tribunal Federal (STF), pelos governadores e pelo Congresso, agora, quase que controla os 2 últimos.

Isso é perigoso para o imperialismo, pois, com esse poder, ele tende a se transformar em uma figura como a da extrema-direita europeia e do estilo de Trump. Uma extrema-direita que tem uma política independente do bloco mais forte do imperialismo, que se posiciona contra a Otan, contra as sanções e embargos e que, no Brasil, defende os interesses da burguesia nacional que, assim como a classe operária, é oprimida pelo imperialismo. Com o avanço dessa força, que se manifesta por meio do bolsonarismo no Brasil, o imperialismo perde parte de seu controle sobre o País.

Por isso, é feita uma pesada campanha contra Bolsonaro por parte dos monopólios da imprensa e do judiciário, os setores mais dominados pelo imperialismo no Brasil. E é preciso deixar claro que o plano falhou porque, mesmo tendo um impacto, Bolsonaro teve um enorme ganho político nessas eleições e a terceira via falhou completamente. A terceira via, na realidade, foi abandonada antes mesmo do fim 1º turno. pois ela consistia de votos retirados de Lula e, caso fosse levada até o fim, resultaria em um Bolsonaro mais forte que Lula na apuração, o que fortaleceria o presidente ainda mais.

O que precisa ficar claro é que o imperialismo saiu derrotado nesse primeiro turno. De um lado, a burguesia nacional, por meio do bolsonarismo, se fortaleceu no legislativo e nos governos; de outro, a maior liderança da classe operária, o ex-presidente Lula, ainda possui chances de se tornar presidente da república. O imperialismo agora se vê na necessidade de escolher o mal menor. Algo que ainda será definido durante o segundo turno das eleições visto que a posição da burguesia ainda não está clara.

Outro fator que precisa ficar bem esclarecido é que esse “apoio” da burguesia a Lula não configura a mesma realidade do que aconteceu em 2002. Naquele ano, Lula, de fato, foi o candidato escolhido pelo imperialismo para conter a revolta popular que existiria com um terceiro governo do PSDB. Agora, o que existe é uma revolta da burguesia nacional e uma revolta da classe operária iminentes, ambas disputando o segundo turno das eleições, ou seja, é uma perda do controle do regime político brasileiro.

É por causa dessa perda de controle que a conjuntura política se tornou tão complexa. O que é certo é que o imperialismo deseja um governo fraco, tanto com Bolsonaro quanto com Lula. A vitória, tanto de um, quanto do outro, no primeiro turno, configuraria um força para o governo. Com o segundo turno, isso enfraqueceu ambos e, agora, o imperialismo tem mais um mês para tramar suas manobras na tentativa de manter seu controle sobre o Brasil.

O que não deixou de ser realidade após esta apuração é que a única saída para esta crise é a mobilização da classe operária, e a candidatura de Lula ainda tem um enorme potencial nesse sentido. Bolsonaro, como representante da burguesia nacional, segue sendo inimigo dos trabalhadores, enquanto que Lula, segue sendo uma enorme liderança popular. É preciso lançar uma campanha de massas por Lula Presidente e por um governo dos trabalhadores, este é o único caminho para de fato derrotar o imperialismo.

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