Recentemente, a União Europeia sancionou com novas restrições os bancos, a imprensa, os canais de mídia e a exportação de produtos e tecnologias da Rússia. Essas sanções configuram a nona onda de boicote contra os russos – já que, se oito não deram certo e prejudicaram apenas a Europa, é óbvio que a nona dará.
“A UE adotará a proibição de novos investimentos no setor energético russo”, disse a nota da própria UE. “Proibindo adicionalmente novos investimentos no setor de mineração russo, com a exceção das atividades de mineração e pedreiras que envolvem certas matérias-primas críticas”. É válido destacar, porém, que a sanção no setor energético russo se dá numa gigantesca crise energética na Europa, que enfrenta um período dificílimo onde quem sofre é, como sempre, a classe trabalhadora – e há de ficar pior com a chegada do inverno.
Além desse setor, fundamental para aquecer os lares e mover a vida do cidadão europeu, o Conselho da União Europeia notificou que sancionará, também, os bancos russos, dificultando sua própria vida. Essa nova onda chegou em um período delicado para os europeus: o frio está chegando e a vida dos cidadãos está se deteriorando cada vez mais.
Nos últimos dias, ainda mais que antes, protestos eclodiram na Europa contra as sanções aos russos, pois o dinheiro que está deixando de entrar na França, por exemplo, não está afetando o Macron e os capitalistas franceses, mas sim aos trabalhadores do país.
Protestos e greves já derrubaram lideranças imperialistas no Reino Unido, na Itália e na Estônia, deixando outras no limbo e sem saber o que fazer, como é o caso de Olaf Scholz, na Alemanha. A imprensa burguesa noticiou, em outubro, que 140 mil pessoas haviam tomado as ruas de Paris. Independente do número ser de fatou real ou não, faz-se necessário compreender que essa revolta surge, sobre tudo, pela alta do custo de vida e de todos os produtos da Europa, além da falta de energia e gás. Isso se dá não por questões internas dos países, mas pelas decisões do imperialismo de continuar mantendo as sansões ao russos, independentemente de estarem chegando no inverno ou não.
Apesar da nona onda de sanções ter vindo com tudo, a União Europeia anunciou a retirada de algumas sanções relacionadas aos produtos agrícolas sob o pretexto de garantir a segurança alimentar dos europeus. A realidade, porém, é simples: as sanções afetaram mais os que sancionaram, da UE, do que os sancionados. Mais um ponto para os russos.