A perigosa nazista de 97 anos

O imperialismo “combate” o nazismo… 80 anos depois

Uma senhora cadeirante de quase 100 anos que apresenta mais risco que o batalhão Azov

Irmgard Furchner, de 97 anos, foi presa por ter sido secretária de um campo de concentração durante o regime nazista alemão. Oitenta anos depois, a alemã será, em sua cadeira de rodas, transferida de uma casa de idosos para uma penitenciária, cumprindo sua condenação de encarceramento pela justiça da Alemanha.

Diferente de Dom Quixote, que combatia moinhos de vento mirando na luta contra dragões por meio de sua imaginação e uma certa desconexão à realidade, a justiça alemã utilizou como justificativa o combate ao nazismo para encarcerar uma idosa oitenta anos depois dos crimes que teria cometido, condenando-a a, provavelmente, morrer em uma cela.

Essa medida não só é autoritária como camufla o real problema, dando um ar de “combate ao nazismo” para um cenário que não se distancia tanto assim do próprio regime nazista. O governo alemão, que apoia os ucranianos – estes, sim, nazistas de verdade – desde o começo do conflito, tenta puxar para si a imagem de defensor da democracia contra a barbárie do nazismo em um movimento semelhante à direita dita civilizada no Brasil, como o PSDB, e aos democratas norte-americanos, que utilizam Trump como um bode expiatório para limparem a sua barra perante à classe trabalhadora.

Segundo a justiça alemã, Furchner foi secretária em seus 18 e 19 anos de idade de um campo de concentração, assinando a papelada e permitindo que presos políticos e demais pessoas fossem eliminadas. A imprensa capitalista tenta, por sua vez, levar para o lado moral: defender a importância de encarcerar essas pessoas, mesmo oitenta anos após e aos 97 anos de idade, sem conseguir nem se locomover direito, sob a justificativa de que é necessário dar o exemplo.

O exemplo dado, porém, sai pela culatra, já que o que é visto é exatamente o oposto do que a imprensa burguesa tenta retratar. O imperialismo combate o fascismo 80 anos depois, justamente quando esse combate já possuiu sua utilidade e fica bonito frente à imprensa. Quando os nazistas estão hoje em atividade, sob bandeiras oficiais de estados e oprimindo a população russa do Donbass, não só não vale a pena ser combatido, como deve ser apoiado, já que o fascismo age como um cachorro raivoso do imperialismo que é solto apenas quando não há outra forma de manter o controle da classe trabalhadora.

Segundo a imprensa capitalista, o tempo está cada vez mais curto, pois vários acusados ou faleceram, ou não tiveram condições físicas de irem até o tribunal. Essa postura carcerária e prisional do imperialismo não deve ser apoiada pela esquerda em escala alguma, mesmo com a tendência à capitulação que vemos em alguns setores da esquerda nacional e internacional. Faz-se fundamental compreender que o imperialismo não só não combate o fascismo, como utiliza-se dele para oprimir os povos atrasados e perpetuar o seu controle sobre os trabalhadores nacionais e de todo mundo.

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