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Lula

O “candidato do imperialismo” em conflito com o imperialismo

No CCBB, Lula combateu e criticou a pressão que a burguesia está fazendo contra o seu governo para que adote políticas cada vez mais reacionárias

Nessa quinta-feira (10), em Brasília, pela primeira vez desde que foi eleito presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva visitou o Centro Cultural Banco do Brasil em Brasília, o centro organizativo da transição de governo. Na ocasião, discursou para os parlamentares que, até o momento, compõem a base de seu novo mandato.

A principal preocupação da burguesia após perder as eleições para Lula é, como indica a imprensa burguesa, o rumo que seu programa econômico irá tomar. Afinal, precisam garantir que seus interesses sejam atendidos, algo que não acontecerá caso o presidente eleito governe para e com os trabalhadores.

Entretanto, no evento em questão, ao invés de confortar o imperialismo, disfarçado sob a alcunha de “o mercado”, Lula demonstrou que pretende reverter a grande maioria dos ataques feitos durante o golpe contra os trabalhadores. Um verdadeiro balde de água fria na festa da burguesia.

Em relação à austeridade fiscal, por exemplo, um dos pontos de maior interesse dos banqueiros, Lula disse:

“Ora, por que as pessoas são levadas a sofrer por conta de garantir a tal da estabilidade fiscal nesse país? Por que toda hora as pessoas falam que é preciso cortar gasto, que é preciso fazer superávit, que é preciso fazer teto de gastos? Por que a gente tem meta de inflação e não tem meta de crescimento?”

 Mais adiante, ressaltou que seu governo terá compromisso com a condição de vida da população, afirmando que “Vamos mudar alguns conceitos neste país, muitas coisas consideradas como gasto, temos que passar a considerar em investimento”.

“Não é possível que se tenha cortado dinheiro da farmácia popular em nome da regra de ouro. Sabe qual é a regra de ouro nesse país? É garantir que nenhuma criança vá dormir sem tomar um copo de leite e acordar sem ter um pão com manteiga para comer todo o dia. Essa é a nossa regra de ouro”, afirmou Lula.

Outro ponto de grande interesse dos capitalistas é a reforma trabalhista que, instituída durante o governo golpista de Temer, acabou com uma série de direitos fundamentais da classe operária brasileira. Lula, seguindo a política que apresentou durante a campanha eleitoral, também se colocou favorável ao fim da medida.

“A gente tem que discutir o mundo do trabalho. Vocês não podem viver num mundo em que os trabalhadores parecem que são microempreendedores, mas que trabalham como se fossem escravos sem nenhum sistema de seguridade social para protegê-los no infortúnio. Os empresários ficaram chateados porque nós dissemos que vamos rediscutir a legislação trabalhista, a verdade é que nós vamos ter que rediscutir a relação capital e trabalho no século 21. Quem é empresário sério, quem é sindicalista sério sabe que a gente não poderia ficar no século 21 tratando apenas da lei feita em 1943. Mas a gente não pode abdicar daquilo que era conquista e que dava segurança ao ser humano mais humilde”, disse o petista.

O grande destaque do dia, talvez, foi o posicionamento absolutamente incisivo de Lula no que diz respeito à entrega do patrimônio brasileiro ao grande capital, quando colocou que “As empresas públicas brasileiras serão respeitadas. A Petrobras não será fatiada, o BB e a Caixa não serão privatizados […] O BNDES, o BNB e o Basa voltarão a ser bancos de investimentos para pequenos e médios investidores”.

Ou seja, apesar de sua política moderada e limitada, fato é que Lula está entrando em contradição direta com o imperialismo, rejeitando o seu planejamento econômico para o Brasil. Por isso mesmo que o imperialismo trabalhou para impedir a sua vitória nas eleições. É uma prova cabal de que a tese adotada por setores da esquerda pequeno-burguesa que chegaram a afirmar que Lula seria o “candidato do imperialismo”, o “candidato de Biden”, está completamente errada.

Os banqueiros já haviam ficado incomodados com o discurso de Lula no dia anterior, que foi mais coibido que este. Com este discurso, então, o pensamento negativo só aumentou. Como destacam diversas reportagens, editoriais e colunas da imprensa burguesa, os acionistas e especuladores estão absolutamente contrariados com os rumos que o governo está indicando tomar na área econômica. E esse é o ponto chave do governo: a sua política econômica, que, como Lula está mostrando, não indica ser uma política neoliberal.

Para ser o candidato do imperialismo no Brasil, Lula deveria, necessariamente, servir aos interesses do imperialismo, algo que não condiz com a realidade até o momento. Enquanto isso, a imprensa burguesa tenta fabricar a sua própria verdade, pressionando Lula para que vá cada vez mais à direita. Algo que, até o momento, tem sido rejeitado e combatido pelo presidente eleito.

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