Com o término do processo eleitoral, a imprensa burguesa agora dirige toda sua atenção ao governo eleito de Lula. A principal preocupação, já apresentada durante as eleições, é justamente o programa econômico que Lula irá seguir em seu mandato, ainda mais após uma série de promessas realizadas na reta final do segundo turno e que vão em direta oposição à política econômica neoliberal levada adiante pelo regime golpista desde a derrubada de Dilma Rousseff.
Com destaque nos principais jornais da burguesia, como Folha de São Paulo, O Globo, Estadão etc., a principal questão levantada pela imprensa seria que Lula não poderá cumprir o aumento nos programas sociais, muito menos rever a reforma trabalhista e aumentar o salário mínimo. Na imprensa, já é dado como fato que Lula terá que lidar com “rombo fiscal”, “ajustes” e “cortes de orçamento” nos principais pontos da economia nacional. Esse destaque é dado inclusive pela própria Rede Globo que, com o término da campanha eleitoral, voltou a pressionar Lula e o PT em torno de uma política para definir quem serão os responsáveis por tocar a economia brasileira no próximo período.
A série de termos técnicos apresentadas pelos jornais é, na realidade, uma forma de mascarar o real objetivo da imprensa golpista: pressionar Lula a adotar o programa da direita e impedir ele de realizar as mudanças econômicas necessárias para garantir conquistas aos trabalhadores e defender a economia nacional.

Todas estas questões levantadas pela imprensa não podem ser levadas a sério pelo governo de Lula. Os capitalistas foram derrotados, mas querem garantir a todo custo um dano mínimo com o novo governo do PT. No entanto, esta política de contenção fiscal tem como único propósito garantir os lucros dos grandes capitalistas, sobretudo do capital financeiro. Se “não há” de onde tirar, o dinheiro deve ser retirado primeiramente dos bancos privados que são os principais responsáveis pelos ataques à economia nacional.
Um primeiro passo para de fato desenvolver a economia nacional, reindustrializar o País e garantir as reformas sociais necessárias é adotar uma política de confisco dos bancos privados. Não há como a economia nacional sobreviver com o parasitismo do mercado financeiro em cima do Estado nacional. Lula deve, nesse caso, passar por cima da campanha da burguesia e adotar uma política contrária a dos banqueiros, cortando seus lucros e usando estes recursos para desenvolver a economia nacional.