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Por trás dos panos

Não se enganem, a Terceira Via não está morta

Burguesia ainda mantém a sua campanha em prol da terceira via, apostando contra a polarização entre Bolsonaro e Lula

Por mais que o imperialismo e sua imprensa oficial tenham tentado lançar um candidato da terceira via, o nome permanece indefinido e não decola. Já queimaram alguns cartuchos, como Moro, ex-Podemos, e Luciano Bivar, ex-PSL.

A polarização iniciada com o golpe de Estado em 2016 esvaziou o centro ou o centrão, e a sociedade segue assim, com uma quantidade enorme de votação no candidato da esquerda, Lula, e uma, ainda que minoritária, no candidato da extrema-direita e último recurso do imperialismo, Bolsonaro.

O MDB, do centrão, continua dividido entre a candidatura de Simone Tebet, atual senadora, e apoiar o candidato da esquerda moderada, Lula. O setor pró Simone Tebet pressiona para que ela utilize a estrutura partidária, presente na maioria dos municípios, e faça decolar sua candidatura frente a outros pré-candidatos da terceira via, por enquanto conta com 1% das intenções de voto, segundo o Datafolha.

Ela afirma que uma melhor colocação nas pesquisas ajudaria a desmobilizar a ala pró Lula, que não abre mão dessa posição.

O PSDB, por sua vez, está completamente desorientado, com dois ou três possíveis candidatos, e nem mesmo a conferência do partido conseguiu escolher adequadamente. O vencedor da conferência foi João Doria, que não saiu do lugar, enquanto que o segundo colocado, Eduardo Leite, está mais palatável dentro do partido e pelo imperialismo, mas também patina como todos os outros. Segue indefinido qual candidato o partido irá fazer campanha, apesar de que oficialmente seja Doria.

O União Brasil (DEM-PSL) tenta se distanciar do centro e de Bolsonaro, mas no segundo turno é quase certo que ficará com Bolsonaro, caso haja um segundo turno entre este e Lula.

Com a polarização e o inevitável esvaziamento do centro na política, os extremos se fortalecem. E a polarização está com maior expressão no lado esquerdo, com a candidatura de Lula (PT), com cerca de 43% de intenção de voto contra 28% do Bolsonaro, 8% para o Sérgio Moro (União Brasil), 6% para Ciro Gomes (PDT) e 2% para Doria (PSDB).

Se e somente se as eleições não fossem manipuladas, a esquerda ganharia as eleições com as mãos até mesmo amarradas. Mas não é isso o que ocorre na vida real, a exemplo das de 1989 onde o candidato que estava à frente, Lula com cerca de 60% das intenções de voto dias antes da votação, acabou perdendo para Fernando Collor de Mello, com 38,95% e Lula com 17,93%. Após notícias mentirosas veiculadas sistematicamente pela Globo e demais órgãos de imprensa golpista imperialista um ou dois dias antes da votação, contra Lula.

A polarização acaba revelando a verdade sobre a política, que o centro é móvel e reflete apenas que a conciliação de classes está vigorando ainda. Com as crises acentuadas ele se desmancha e os ocupantes dessa posição se deslocam para os extremos da esquerda e da direita.

Como quem controla as eleições através do Estado é a burguesia imperialista, e se o candidato melhor colocado pelo lado da direita não é de seu agrado inteiramente, o recurso que ela tem é criar a terceira via, deixando para segunda opção o candidato da extrema-direita. Para isso usa a imprensa oficial, que é um dos recursos que dispõe, fazendo campanha massiva contra a esquerda e ao mesmo tempo a favor da direita.

A burguesia prefere um representante que seja comedido, como Doria, Eduardo Leite, FHC, José Sarney, Biden, Macron, etc., e deixa para segunda opção os espalhafatosos como Bolsonaro e Trump, por exemplo.

No momento, a burguesia tem atacado sistematicamente Lula, ao mesmo tempo, seu candidato do plano B, o Bolsonaro. Isso evidencia que quer tirar votos dos dois lados e tentar assim fortalecer o candidato da terceira via.

O sucesso ou fracasso dessa política vai depender de como esses setores atuarem na campanha. A esquerda, com Lula, só terá chances se usar maior agressividade contra o sistema, com políticas e discursos mais arrojados, aumentando a polarização da sociedade. Caso contrário haverá o risco de fortalecer o outro candidato, seja do plano A ou B da direita.

E não esquecer que a direita tem todo o aparato do Estado e sua imprensa que atinge mais de 70% da população instantaneamente. Ainda tem o recurso do braço armado e do Judiciário, que não tenhamos dúvida, todos eles atuarão fortemente contra a classe trabalhadora e seus representantes.

Será como no caso recente em que Mauro Nadvorny, que se diz administrador do grupo Resistência Democrática Judaica, publicou no Brasil 247 um artigo pedindo o fim do PCO. O motivo é este: o PCO publicou uma arte para sua campanha de filiação pedindo o fim do Estado de Israel. Nadvorny se apresenta também como perito em veracidade, seja lá o que for isso, mas apresenta um artigo calunioso e francamente ignorante da realidade e da posição do PCO sobre o tema.

Hoje é campanha contra o PCO, amanhã poderão ser os demais partidos de esquerda. Tudo isso para garantir que os candidatos da burguesia sejam eleitos e derrotem a esquerda. E se isso ocorrer, as coisas pioram muito mais ainda para toda a classe trabalhadora e seus representantes nos sindicatos, movimentos sociais e partidos. Muita atenção à esquerda, o momento é de definição crucial em nosso favor, caso contrário será choro e ranger de dentes e longo período de retrocesso político, social e econômico.

A direita imperialista ainda está tentando implacar seu candidato de direita, se não conseguir irão de Bolsonaro mesmo, como em 2018. Já deixaram claro que não querem Lula em hipótese nenhuma. Apoiamos Lula Presidente e fora todos os golpistas.

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