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Tribunal Superior da Globo

Não é só o TSE, a Globo também controla as eleições

Monopólio da imprensa divulga quem ele quer e esconde quem ele não quer

Na última terça-feira (16), os candidatos foram convidados pela Rede Globo a enviarem representantes para uma reunião nas sedes da emissora espalhadas pelas principais capitais do país sobre como seria a cobertura da campanha eleitoral.

Por um verdadeiro milagre, alguns militantes do PCO também foram convidados. Como seus candidatos não têm assessores nem assistentes pagos ─ ao contrário dos políticos burgueses ─, o Partido enviou militantes para essas reuniões. Foi o que aconteceu nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo.

Isso deu a oportunidade para os militantes do PCO descobrirem por experiência própria como a Rede Globo manda nas eleições brasileiras. “Parecia que quem controlava a campanha do candidato era o repórter”, disse um filiado do PCO, que participou de uma dessas reuniões. A Globo tenta pautar a campanha dos candidatos e produz as próprias regras do jogo (absolutamente antidemocráticas): os candidatos serão convidados para debates e entrevistas com menor ou maior tempo dependendo de seu índice nas pesquisas de intenção de votos. Em alguns lugares, já vimos também o critério do número de cadeiras que determinado partido tem no parlamento, determinando se tal ou qual candidato vai receber uma maior ou menor atenção da imprensa.

Fica o questionamento: como o candidato vai ter um bom desempenho nas pesquisas se o público nem o conhece, uma vez que ele não é entrevistado nem participa dos debates? E como o partido vai conseguir eleger membros para o parlamento se o eleitor não os conhece para poder votar neles, uma vez que não aparecem na televisão?

Um dos aspectos mais importantes em toda campanha eleitoral – geralmente, em qualquer campanha política -, é a organização e a divulgação de uma boa propaganda. Afinal, os alvos de determinada mensagem só são afetados por ela caso a mesma chegue até eles. Nada mais indispensável, obviamente, que a própria agitação para atingir aqueles que se deseja atingir.

Nas eleições brasileiras, isso não é diferente. Antes do desenvolvimento da televisão, as estações de rádio desempenhavam um papel fundamental em toda campanha política nacional. Finalmente, todo mundo tinha um rádio ou em casa, ou no carro, ou no trabalho. Por isso, a propaganda eleitoral, até meados do século passado, se concentrou principalmente neste meio.

Até que, finalmente, a televisão ocupou seu espaço, tornando-se, até hoje, o principal meio de comunicação em todo o Brasil. Todavia, o caráter democrático deste veículo durou pouco. Logo veio o monopólio da imprensa capitalista que, aqui, se concentra, em sua maioria, nas mãos da Rede Globo.

Nesse sentido, a campanha eleitoral é, quase que em sua totalidade, controlada pela Globo. Consequentemente, admitindo a importância da propaganda à própria campanha, é, também, a Globo quem controla as próprias eleições no Brasil. Afinal, é ela quem decide quem será mostrado e quem ficará atrás das cortinas, escondido.

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Esse raciocínio se confirma pela própria realidade: é completamente desigual o tempo de cobertura que a Globo reserva para cada candidato. De maneira geral, os candidatos da direita aparecem mais, enquanto que os da esquerda, são ocultados.

E mais. É o próprio TSE que garante isso com a sua legislação eleitoral antidemocrática, que coloca o tempo de televisão gratuito de maneira proporcional ao tamanho de determinados partidos. Em outras palavras, os grandes se salvam, enquanto os pequenos afundam, perdem todos os seus direitos de representação política já que não possuem o capital suficiente para concorrerem dignamente com os grandes monopólios da comunicação.

Aqui, deve ficar claro que é assim que a imprensa burguesa se estrutura dentro dessa questão. É uma arma gigantesca, proveniente de bilhões de reais em investimentos, que está completamente concentrada nas mãos da burguesia.

Todavia, todo esse desbalanço não poderia ser diferente. Finalmente, a Globo, assim como o TSE, é comandada pela burguesia, que age politicamente conforme seus próprios interesses como classe conjunta. Interesses que são completamente avessos à luta dos trabalhadores e servem, acima de qualquer coisa, para colocar os capitalistas em cima do proletariado.

Somente por essa questão, já fica claro que a eleição, no Brasil, não é democrática. Afinal, o povo não tem a oportunidade de entrar em contato com a política da esquerda na mesma medida que a da direita. Muito pelo contrário, é, antes disso, completamente inundado por uma propaganda profundamente reacionária dos candidatos da burguesia durante o pleito.

No fim, a visão ressaltada acerca de qualquer acontecimento político está nas mãos da burguesia. Não é à toa que, segundo a Globo, o impeachment de Dilma e a prisão de Lula foram aprovados pela esmagadora maioria da população. Uma realidade paralela que se traduz para as eleições de maneira ainda mais acachapante.

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