O Bradesco divulgou o balanço do terceiro trimestre deste ano. A instituição financeira anunciou no começo do mês um lucro líquido ajustado de R$ 5,211 bilhões. Nos 9 meses de 2022, o lucro líquido do banco atingiu a marca de R$ 19,29 bilhões.
A margem financeira total do banco foi de R$ 16,283 bilhões no terceiro trimestre, aumento de 3,7% ante o mesmo período do ano passado. A carteira de crédito expandida do banco registrou aumento de 13,6% em relação ao mesmo período do ano passado, obtendo a marca de R$ 878,571 bilhões.
Um dos fatores que contribuem para altas taxas lucro dos bancos é a superexploração dos trabalhadores. Para tal, os banqueiros promovem uma política de demissão e arrocho salarial nunca dantes vista. De 2020 a 2021, ou seja, num período de 12 meses, a direção golpista do Bradesco eliminou 8.198 postos de trabalho e, nesse mesmo período, extinguiu 765 agências e 120 postos de atendimento (PA). Já em 2022, até agora foram encerradas 159 agências, com apenas 638 novos postos de trabalho.
A demissão em massa não impediu que o Bradesco ampliasse o número de clientes, passando dos 74,8 milhões em 2021, para os atuais 76,8 milhões.
Os banqueiros aproveitam as demissões para impor o arrocho salarial. Levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico (Dieese), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a remuneração média dos demitidos, na categoria bancária, era de R$ 7.138,00, a dos admitidos de R$ 4.564,00.
É importante entender que as demissões é o mecanismo para reduzir os salários. Muitas vezes são demitidos trabalhadores com mais tempo de casa e contratadas pessoas com menos experiência e por menores salários.
Depois de explorarem ao máximo os trabalhadores, os banqueiros, além de jogar no olho da rua os mais antigos, aqueles que permanecem os banqueiros promovem um profundo arrocho salarial, para manterem seus fabulosos lucros.
É preciso dar um basta à toda essa política reacionária dos banqueiros e seus governos. Organizar imediatamente uma campanha vigorosa contra as demissões, uma mobilização que tenha como perspectiva a luta unitária de toda a categoria bancária para barrar as demissões e a política de arrocho salarial. Para isso é mais que necessária criar em cada local de trabalho comitês de luta para armar os trabalhadores em defesa dos seus direitos e conquistas.