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Reproduzindo 'fake news'

MRT volta a fazer coro com o imperialismo contra a Copa

MRT reproduz críticas do imperialismo à Copa no Catar.

Não vai ter copa

O sítio do MRT publicou uma matéria nesta sexta-feira (18), criticando o Catar, país sede da Copa do Mundo. O título é bombástico: “Exploração trabalhista e mais de 6500 mortes nas construções para a Copa do Mundo”.

A matéria cita o The Guardian, publicação do Reino Unido: ao longo das construções de infraestrutura da Copa do Mundo do Catar de 2022, mais de 6500 operários morreram. A extrema exploração do trabalho, seja nas redes hoteleiras, ou na construção civil, em sua maioria de imigrantes africanos, é uma das marcas do mundial e dos lucros da FIFA”.

Trata-se de uma manipulação dos dados como podemos atestar neste fio do Twitter. Em 23/02/2021, o Guardian publicou essa matéria dizendo que 6500 trabalhadores morreram no Catar enquanto o país se preparava para a Copa. Porém, trocou o título dizendo que esse número de mortes é desde que o Catar ganhou o direito de sediar a Copa. Ou seja, essas mortes ocorreram em um prazo de 10 anos.

A matéria do periódico britânico deveria mostrar qual é a taxa de mortalidade antes e depois de o Catar poder sediar o campeonato para poder provar que existe uma relação direta entre os fatos. Não que as condições de trabalho naquele país não possam ser desumanas, mas trabalho degradante ocorre em todo o planeta, basta ver, aqui mesmo no Brasil, as condições em que trabalham os entregadores por aplicativo.

O imperialismo, do qual o Reino Unido faz parte, é responsável pelo golpe de 2016 no Brasil, e esse golpe causou miséria e destruição dos direitos trabalhistas. O MRT reproduz a propaganda falsa do imperialismo contra um país oprimido.

Chavões

Logo no primeiro parágrafo, a matéria dá conta de que o Catar é uma “monarquia absoluta onde não há partidos nem sindicatos”. É verdade, mas os países ricos não se incomodam com monarquias absolutistas (enquanto elas forem úteis), como é o caso da Arábia Saudita, aliada das maiores ‘democracias’. Os manifestantes alemães, por exemplo, que repudiam a Copa no Catar, deveriam se preocupar igualmente, com as condições de trabalho dos imigrantes turcos na Alemanha.

Mais uma Copa para ser contestada pela esquerda. Talvez por coincidência, nunca se sabe, quando as Copas do Mundo de futebol são realizadas fora do circuito dos países imperialistas, ou avançados, começa uma gritaria.

Estamos assistindo críticas ao Catar pelas condições de trabalho, mas locais com condições de trabalho extenuantes, que causam mortes, como por exemplo, o Ifood, que é controlado por uma empresa holandesa, aí a imprensa imperialista não faz campanha. Quem nunca ‘chamou’ um Uber? A empresa americana explora o trabalho no mundo todo. Lembrando que, oportunamente, o golpe acabou com os direitos trabalhistas no Brasil.

ONGs

O artigo do MRT cita dados da Equidem, uma ONG, segundo consta, que trata de defesa dos direitos humanos e trabalhistas sediada em Londres ─ uma ONG imperialista. Se puxarmos pela memória, ONGs foram fundamentais para impedir a Copa no Brasil. Essas organizações foram fartamente financiadas por Fundações que são fachada da CIA, como a Fundação Ford.

O Movimento Não Vai Ter Copa serviu para desestabilizar o governo Dilma e abrir caminho para o golpe, além de colocar em evidência na política uma figura até então obscura, o senhor Guilherme Boulos. O MRT apoiou aquele movimento e não nega isso, inclusive reforça em sua matéria. Isso mostra que não abandonou sua posição golpista, a mesma que adota contra o Catar ─ país que nos últimos anos vem entrando em contradição com o imperialismo ao se alinhar com Rússia e China.

Curiosamente, os problemas, as manifestações, só aparecem quando as Copas vão ser realizadas em países atrasados. A Inglaterra que tanto boicotou a Copa na Rússia, queria ela mesma sediar o evento.

De acordo com o MRT A ONG lembra que, assim como nos demais países do Golfo Pérsico, a maioria dos trabalhadores imigrantes no Catar, que, como seus vizinhos, depende em grande parte da mão de obra estrangeira, vem de países africanos (como Quênia, Gana , Uganda ou Marrocos) ou Sul da Ásia (Índia, Bangladesh, Indonésia, Filipinas)”. Certo, e por que será que essas pessoas precisam sair de seus países e se submetem a trabalhar em condições de trabalho terríveis? Não será pela ação do imperialismo?

A França, por exemplo, sediou tranquilamente uma Copa do Mundo, sendo que esse país já cometeu diversas atrocidades no Continente Africano. Seja no Marrocos, Ruanda e atualmente nos conflitos do Mali.

Os países ricos são os maiores produtores de pobreza e miséria no mundo. Causam guerras, destruição e, mesmo assim, se lançam como se fossem detentores de autoridade moral. Não foram justamente Estados Unidos e Inglaterra que conspiraram até que se deu a invasão e destruição do Iraque? Mais de um milhão de mortos, a maioria de civis e pelo menos quatro milhões de refugiados. Ah, sim, o Iraque era governado por um ditador, Saddam Hussein, que foi enforcado, uma vez que tinha perdido a serventia para o imperialismo.

Seguidismo

A esquerda insiste em seguir a burguesia. Como há uma campanha na grande imprensa perseguindo a Copa no Catar, logo aparecem as cópias com críticas ‘mais à esquerda’.

Dizer que no Catar não tem sindicatos, partidos etc., não esconde o fato de que a matéria está a reboque do vem sendo publicado na imprensa burguesa que, além de tudo é hipócrita. O MRT cobra a FIFA ─ órgão do imperialismo para controlar do futebol mundial ─ para que faça alguma coisa contra o Catar, criticando que ela “convenientemente olha para o outro lado enquanto deixa os negócios funcionarem”.

A esquerda precisa ter uma posição independente e capacidade de enxergar os interesses que estão por trás de determinadas campanhas.

Festa Popular

A esquerda pequeno-burguesa tem um prazer especial em criticar o futebol, não entende a importância desse esporte que é o mais popular do mundo. Grande parte disso é porque nós, brasileiros – o negro, os operários descalços, nos campos de terra –, pegamos um esporte britânico, chato, adicionamos ginga, malícia e o transformarmos no que é.

O futebol é parte da nossa cultura, é uma contribuição brasileira para o resto do mundo, para que trabalhadores de todas as partes possam se divertir, possam ter um pouco de prazer no meio de uma vida tão difícil.

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