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Enorme confusão

Lula é candidato da classe operária ou dos bancos? Só pode um

Tese antimarxista defendida pela esquerda "marxista" é que se deveria votar num candidato dos banqueiros só porque do outro lado haveria um fascista

Os partidos da esquerda pequeno-burguesa nacional (sempre os mesmos) já começam a tagarelar – reafirmando o que disseram durante toda a campanha – que o governo Lula será um governo do imperialismo. São eles o PSTU, PCB, UP. De imediato, é necessário esclarecer que isso não faz o menor sentido. Eles chegaram até a votar em Lula, no entanto, a caracterização deles em relação ao candidato popular vitorioso é completamente míope e absurda. Teriam eles, portanto, votado em um candidato dos banqueiros?

A explicação (pueril e antimarxista) deles é que se o fascismo está de um lado, você vota no candidato oposto ao fascismo, mesmo que seja o candidato do imperialismo, uma tese completamente sem qualquer base marxista. Explicando o elementar, é necessário dizer claramente que o fascismo é uma política do grande capital imperialista, portanto, se Lula fosse o candidato do imperialismo, ele seria uma ponte para o fascismo. Mais que isso, se de fato Lula fosse o candidato da simpatia do imperialismo, seria o candidato mais reacionário da eleição e, além disso, seria um candidato antioperário.

O que vemos por parte desses partidos – que muito pouco ou quase nada sabem dos fundamentos mais básicos do marxismo – é que se trata de uma preparação para levar adiante uma manobra semelhante à que derrubou o governo petista da presidenta Dilma Rousseff.
Essa postura é a mesma que a posição do PCB contra o governo Vargas, quando, à época, caracterizaram como sendo um “governo de direita e o maior representante do imperialismo no Brasil”. Vargas acabou por ser derrubado por um golpe imperialista apoiado pelo PCB. Ao ver a reação das massas ao golpe, só então o PCB mudou de posição. É o que esses setores da esquerda nacional já mencionados fizeram contra o segundo governo da presidenta Dilma, no rastro da campanha golpista-direitista articulada pela burguesia e o imperialismo.

Particularmente no segundo turno, Lula assumiu uma postura, expressa em seus discursos de campanha, inequivocamente nacionalista, contrariando as expectativas do grande capital, dos bancos e do imperialismo. Percebendo a ameaça de derrota iminente, Lula reorientou seu discurso, conduzindo à esquerda sua campanha, voltando-se inteiramente para a defesa das reivindicações populares, que são opostas e contrariam frontalmente o desejo e a perspectiva dos bancos e do grande capital imperialista.

Desta forma, dizer que há uma ligação umbilical entre a candidatura popular de Lula e os bancos, o grande capital, é não somente uma miopia política, como um grotesco erro, uma posição infantil completamente deslocada da realidade, que se opõe, pelo vértice, aos fatos.

Se a tese defendida por setores da esquerda, sustentando a ideia absurda de que Lula é o candidato dos bancos, então o ex-presidente estaria com um pé em duas canoas, o que, em política, é algo inviável, descabido, sem propósito. O fato é que com todas as limitações e problemas que a candidatura popular vitoriosa de Lula possa ostentar – e essas limitações são por demais claras e evidentes, não há como desconhecer – devemos afirmar claramente que está fora de questão levantar dúvidas sobre o caráter popular, operário e de luta da candidatura de Lula nas eleições de outubro.

Desta forma, a posição confusa e despropositada de determinados setores da esquerda em relação ao caráter, tanto da candidatura como do novo governo Lula, concorre para alimentar os planos golpistas da direita, da burguesia e do imperialismo. É preciso dizer – sem tergiversações e sem meias palavras – que Lula é o candidato não do imperialismo, não dos bancos e das agências internacionais ligadas ao grande capital, mas dos trabalhadores, das massas populares, dos setores que hoje sofrem na própria pele os duros ataques das políticas neoliberais, da supressão dos direitos trabalhistas, do sucateamento da área social (saúde, educação, moradia etc), das privatizações e da liquidação da capacidade do Estado em prover políticas públicas para os mais vulneráveis, a população pobre e explorada do país.

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