O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, declarou, no início da semana, que seu governo não terá como prioridade qualquer teto de gastos, mas que o foco deverá ser o financiamento de programas sociais e da industrialização do País. Após estas importantes declarações contra o teto de gastos, uma ação criminosa do regime golpista para favorecer os lucros dos bancos e do mercado financeiro, as bolsas de valores brasileiras oscilaram negativamente.
Em resposta à política de pressão dos acionistas, que buscam forçar o mercado a pressionar Lula e as decisões de seu governo, o presidente eleito denunciou este cassino promovidos pelos acionistas e afirmou que o mercado está “sensível”. Lula declarou que:
“Eu nunca vi um mercado tão sensível quanto o nosso. É engraçado que esse mercado não ficou nervoso com quatro anos de Bolsonaro”. O tom de Lula nas recentes entrevistas revelam uma política mais definidamente à esquerda e contra a farra dos acionistas promovidas pelo regime golpista. O golpe colocou o País nas mãos do mercado financeiro, dos bancos e do imperialismo, e agora todos estes setores tentam forçar Lula a recuar em seu projeto de desenvolvimento econômico e social no Brasil.
Isto só comprova que, como mesmo afirmou Lula no passado, “se Bolsonaro governou para o mercado, nós não devemos fazer o mesmo”. Governar para o chamado “mercado”, que a imprensa burguesa tanta menciona, é, na realidade, colocar a economia nacional nas mãos de acionistas, de grandes capitalistas do sistema financeiro e dos bancos imperialistas. Com o dinheiro na mão, estes setores buscam pressionar a economia e chantagear o novo governo.
Lula, no entanto, não pode recuar e precisa seguir em frente a uma política dura contra os banqueiros e em defesa dos trabalhadores brasileiros. “É preciso fazer tetos de gasto? Por que as mesmas pessoas que discutem com seriedade o teto de gasto não discutem a questão social do país?”, afirmou de maneira acertada Lula.