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João Pimenta

Estudante da USP. Colunista do Diário Causa Operária, membro da Coordenação da AJR e do Comitê Estadual do PCO de São Paulo. Autor do Livro “A era da Censura das Massas”.

Explicação o traiu

Jones Manoel e sua defesa desastrada da Fundação Ford

Jones Manoel inaugura um novo tipo de lógica, onde ser financiado pela CIA não é ser financiado pela CIA

O youtuber e pré-candidato ao governo de Pernambuco pelo PCB, Jones Manoel, fez um vídeo para discutir a ideia de “guerra híbrida”, algo que ele não define claramente, mas no decorrer do vídeo acaba por fazer uma longa defesa das fundações imperialistas, notadamente a Fundação Ford, ao dizer que não seria uma ofensa grave um militante ou um grupo de esquerda receber fundos destas fundações.
Ele busca primeiro opor a ideia de guerra híbrida com a ideia de luta de classes. Apesar do raciocínio abstrato, o que ele tenta opor seria a ideia de que o imperialismo seria o catalisador de golpes e mudanças, em oposição a uma “luta de classes”, na qual o imperialismo apenas participa.
O raciocínio é ignorante de praticamente tudo que o proletariado aprendeu com Lênin, Trótski e a revolução de 1917. Os revolucionários russos mostraram que o capital imperialista se apossa do próprio Estado nacional de onde vem e então partem para a dominação desenfreada de todas as nações atrasadas. Mostraram que a classe dominante de um país como a Rússia é apenas vassala dos interesses do grande capital internacional. Mostraram também que nos países a revolução socialista é uma revolução também nacional, que a burguesia é incapaz de libertar o próprio país e o proletariado realiza uma revolução que é tanto internacionalista, no sentido de defender a irmandade internacional dos operários, como nacionalista, no sentido de defender a soberania da nação atrasada frente ao opressor imperialista.
A Revolução Cubana de 1959 é um exemplo cristalino. Na 1ª Declaração de Havana, Fidel Castro tem um discurso claramente nacionalista, de libertação da sua nação em relação ao imperialismo. Em 1962, ano da 2ª Declaração, vemos que Cuba exige a libertação do proletariado, o socialismo como única via para a libertação nacional.
Jones Manoel busca opor a luta de classes à intervenção imperialista, e então declara que ser financiado pela Fundação Ford, não lhe faz um agente da CIA, mas que são financiamentos como o da Fundação Ford que garantem o domínio ideológico dos Estados Unidos. Então, perguntamos, é correto ou não receber o dinheiro? Ele não responde. Responderemos para ele.
O financiamento de grupos políticos e ativistas por potências imperialistas estrangeiras é um crime contra o proletariado e o País. É propina. Para receber o dinheiro as organizações realizam uma metamorfose, adotam um amalgama ideológico e político, se tornam a imagem e semelhança de quem os financiaram. Há, e sempre haverá, os que aceitaram o dinheiro sem saber das contrapartidas, mas isso não muda os fatos objetivos. A burguesia, com projetos como estes, está comprando a esquerda. Ele chega a dizer que fundações como a Ford chegaram a “ajudar” o movimento sindical na China, pois era do interesse do imperialismo. Nada mais absurdo poderia ser dito
Em todos os lugares em que o imperialismo montou organizações para mobilizar em função de seus interesses, uma vez que estas já não eram necessárias elas desapareciam e todos os militantes honestos que participaram ficavam apenas com a desmoralização de ter participado deste golpe. Outra coisa é preciso ser dita, como pode o imperialismo financiar o seu pior inimigo, a classe operária? Se financiam, é por que sabem que estes grupos servirão como freio para a própria classe operária se esse dia chegar.
Se para se opor ao PCO e defender Boulos, Jones Manoel precisou defender as pessoas que estão sendo financiadas pelo imperialismo, apenas denunciou a si mesmo e ao seu grupo político.

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