O rublo pode se tornar a moeda principal nas relações comerciais entre Rússia e Irã, segundo o que o embaixador iraniano em Moscou, Kazem Yalali, afirmou em coletiva de imprensa.
“Agora mais de 40% do comércio entre os nossos países é feito em rublos. O rublo se converteu na moeda principal nas nossas relações sociais e econômicas”, afirmou Kazem.
Em declarações para a agência russa de notícias TASS, o embaixador destacou que Teerã também é à favor da ideia de utilizar o rublo como moeda principal nos órgãos de integração regional, como a União Econômica Eurasiática. Além disso, ele afirmou que a cooperação econômica e financeira entre os países está avançando em diferentes caminhos.
Yalali encerrou o seu pronunciamento dizendo:
“Outro tema em que nossos líderes estão de acordo é que devemos fazer esforços para reduzir o predomínio de certas moedas, incluindo o dólar, em nossas relações comerciais e econômicas. O uso de nossas moedas nacionais em acordos bilaterais é um assunto fundamental e seguimos trabalhando por este objetivo.”
O desenvolvimento da China enquanto grande potência econômica, bem como as sanções impostas pelos Estados Unidos contra a Rússia, estão gerando uma modificação na economia mundial. Agora, parte dos países oprimidos, como é o caso da Rússia, do Irã e da China, afastam-se cada vez mais do dólar rumo à utilização de suas próprias moedas.
No caso da Rússia, o país não tem escolha, uma vez que as sanções americanas a proíbem de utilizar o dólar para uma série de transações. Resta, portanto, fortalecer a sua moeda nacional.
Nesse sentido, o mundo fica cada vez mais polarizado, separando-se entre países imperialistas e países oprimidos. Estes últimos precisam, portanto, juntar forças para conseguir fazer frente ao imperialismo que, para se manter no poder, precisa atacar os países pobres.
O caso do Irã mostra bem isso: ao mesmo tempo em que estão se afastando do dólar, desenvolvem o seu programa nuclear, algo que, nas palavras do próprio Joe Biden, representa um enorme perigo ao imperialismo e à sua dominação no Oriente Médio.