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Campanha contra o Catar

Inocentes úteis e alguns não tão inocentes assim

Uma esquerda papagaio do imperialismo contra o Catar

Nos perdoem o uso da expressão criada pela direita, mas não encontramos nada mais preciso para explicar as posições políticas da esquerda pequeno-burguesa no caso da Copa do Mundo e do Catar. São verdadeiras marionetes nas mãos do imperialismo, fazem tudo o que este último orienta.

O imperialismo fala, essa esquerda repete. Aparece uma denúncia de que 6 mil imigrantes morreram nas obras da Copa. E lá estão os grupos da esquerda para repetir a informação, que já se mostrou falsa.

O caso do Catar é um exemplo incrível dessa política. Grupos que se autodenominam revolucionários e trotskistas, ou seja, se propõem a ser a vanguarda política que orienta a classe operária, não são capazes sequer de analisar cuidadosamente as informações que recebem dos jornais burgueses. De pretensa direção do movimento operário, se transformam em verdadeiras crianças inocentes prontas a seguir o primeiro malandro que oferece um doce.

Vejamos o que diz um desses grupos, o MRT, em seu jornal Esquerda Diário

“Os trabalhadores têm que pedir permissão se quiserem sair do país ou mudar de trabalho, fazem horas extras chegando a trabalhar 16 ou 18 horas diárias por um salário de 200 reais mensais, uma vida de superlotação no país dos arranha-céus.”

Embora o MRT não diga de onde tirou essas informações, o que coloca em questão se são reais, a impressão que se tem é que a super-exploração do trabalho é uma exclusividade do Catar. Aqui, não importa como ocorre a exploração no Catar, por se tratar de um país capitalista, não duvidamos que existam muitos problemas graves para os trabalhadores. A repetição da campanha imperialista nos passa a impressão de que essas coisas só acontecem por lá. É a esquerda reverberando o cinismo do imperialismo.

Em outro trecho, o MRT afirma que “na península do Catar os sindicatos e partidos políticos estão proibidos”. Inegável que o País é uma monarquia hiper reacionária, mas qual a realidade dessa ditadura toda que o artigo do MRT pinta para o leitor? Não dá para saber, mas o próprio MRT afirma mais à frente que:

“Apesar das proibições, isso explodiu em uma onda de greves que mostraram as condições subumanas em que trabalham no Catar. Realizaram um piquete na autopista de Durkham, onde participaram centenas de trabalhadores do sul da Ásia. Os protestos triunfaram conquistando a negociação coletiva, salário mínimo e o pagamento dos salários atrasados. Além da prisão de funcionários das empresas por abusos nas leis internacionais do trabalho.”

Tudo bem que as greves e a mobilização dos trabalhadores podem ter passado por cima da terrível ditadura, mas seria mesmo possível que sob um governo tão terrível quanto o que pinta o MRT, trabalhadores imigrantes fizessem greve e saíssem vitoriosos sem uma retaliação violenta por parte do governo? O próprio MRT destaca que os funcionários das empresas foram presos por violações das leis do trabalho, mas não relata nem um único caso de repressão violenta contra essas mobilizações.

Como dissemos, não estamos afirmando que o governo do Catar, assim como as condições de trabalho no país, é maravilhoso, mas parece óbvio que estamos diante de uma falsificação. A origem dessa falsificação é o imperialismo. O MRT chega ao ponto de chamar a Copa de “mundial de escravos”.

Outro grupo que se autodenomina trotskista, o Resistência, corrente interna do PSOL, publicou um artigo em seu portal, Esquerda Online, afirmando que o Catar é “um dos países que mais viola direitos humanos”. De onde o grupo do PSOL tirou essa informação? não se sabe, ou melhor, ele não diz, mas sabemos que foi dos jornais imperialistas.

A esquerda pequeno-burguesa é realmente curiosa. Até ontem, o pior país para os chamados direitos humanos era o Afeganistão. Tão ruim era o regime talibã que a esquerda ficou do lado do imperialismo norte-americano quando aquele expulsou este último. É uma esquerda que segue a moda do imperialismo, ontem o Afeganistão, hoje o Catar, amanhã qualquer outro. Basta ser um país atrasado e ter algum tipo de inimizade com o imperialismo.

A esquerda pequeno-burguesa, inocentemente, reverbera o imperialismo e serve como veículo da campanha golpista. Essa campanha não tem interesse em resolver nenhum dos problemas do Catar. É puro cinismo, é pura campanha contra o país com vistas a dominá-lo. Qualquer esquerdista deveria saber disso.

O imperialismo não quer saber de direitos de ninguém. Nem de mulheres, nem de LGBTs, nem de imigrantes, menos ainda de trabalhadores. Tanto é assim que, nos seus próprios países, o imperialismo viola os direitos humanos. E viola também nos países dos outros, com invasões e guerras. É como explicou o técnico português da Seleção iraniana, Carlos Queiroz, ao ser questionado sobre o direito das mulheres no Irã: “Primeiro é preciso falar do tratamento dado aos imigrantes na Inglaterra”. Pelo jeito, Carlos Queiroz, é mais consciente do que a esquerda brasileira.

O MRT e o Resistência falam em trabalho escravo no Catar. Mas eles mesmos estão sendo escravos do imperialismo, escravos ideológicos, trabalhando de graça contra os países atrasados. Foram principalmente a Inglaterra e a França que criaram o Catar, sustentando esse regime monárquico, agora querem dominar o país.

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