O governo de Portugal anunciou que suas forças armadas irão participar dos exercícios militares da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na Europa, em resposta à operação militar russa desencadeada hoje (24) para proteger as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk.
“Com base na posição de princípio expressa pelos órgãos de soberania, […] atendendo à informação analisada, o Conselho [Superior de Defesa Nacional] deu, por unanimidade, parecer favorável às propostas do Governo para a participação das Forças Armadas portuguesas no âmbito da OTAN”, afirmou a Presidência de Portugal.
O primeiro-ministro António Costa, do Partido Socialista, já havia declarado em seu perfil no Twitter: “condeno veementemente a ação militar da Rússia à Ucrânia. Irei reunir com o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, o ministro da Defesa Nacional e o chefe de Estado Maior General das Forças Armadas. E solicitei ao senhor Presidente da República reunião urgente do Conselho Superior de Defesa Nacional.”
Percebe-se assim, mais uma vez, que o governo do PS não passa de um fantoche dos interesses econômicos, políticos e militares do imperialismo internacional em Portugal. É uma vergonha para qualquer partido de esquerda, ainda que extremamente reformista, moderado e direitista como é o PS, se colocar à disposição de uma força militar imperialista para provocar e ameaçar um país oprimido como é a Rússia ─ ameaça essa que alcança, na verdade, todo o conjunto da Europa.
Há um histórico movimento popular em Portugal que exige a saída do país da OTAN. Esse movimento tem sido tradicionalmente encabeçado pelo PCP que, no entanto, o traiu ao integrar a chamada “Geringonça” junto com o PS e o Bloco de Esquerda. O governo de esquerda jamais trabalhou no sentido de retirar Portugal da aliança atlântica.