As liberdades individuais e os direitos democráticos estão sendo pouco a pouco tirados da população pobre e trabalhadora através do braço armado do Estado burguês.
A violência do Estado contra o povo foi levada para dentro das escolas, com forte repressão aos alunos e aos professores que procuram fazer milagres para garantir um aprendizado minimamente digno aos estudantes apesar das péssimas condições e abandono das escolas públicas no País.
O caso mais grotesco foi o que ocorreu na escola municipal Pedro Nava no Butantã, zona oeste da capital paulista. Pais de alunos e professores informam que agentes da GCM (Guarda Civil Metropolitana) jogaram gás de pimenta nos alunos com idade entre 10 e 14 anos de idade.
Um vídeo mostra a situação desses alunos, com irritação nos olhos, na pele, boca, chorando e passando mal com o ardor provocado pelo gás de pimenta. Se para uma pessoa adulta é difícil suportar esse gás, imaginem uma criança? E onde ficam os direitos das “crianças e adolescentes”? Foram, igualmente aos demais direitos, jogados direto na lata de lixo.
Esses pais e professores dizem que a GCM faz rondas armadas diariamente nos pátios e corredores de sala de aula. Isso provoca uma cena de terror nas crianças, diariamente, num local onde elas vão para se instruir e desenvolver o convívio com demais pessoas. Com toda essa violência por parte da GCM do estado, o que esperar que vão reproduzir na sociedade quando adultos?
A prefeitura diz que recebeu a denúncia e vai apurar os fatos, e garantiu que faz parte da política de gestão do município os agentes da GCM fazerem rondas armados diariamente no interior das escolas.
São Paulo e as demais cidades brasileiras estão dispostas a calar pela força das armas a voz inclusive das crianças dentro das salas de aulas. Finalmente, se trata das milícias fascistas do Estado agindo para conter de todas as formas possíveis e imagináveis a luta da população por seus direitos, pela sua sobrevivência, aplicando o terror até mesmo nas crianças.
As denúncias por parte dos pais dos alunos e dos professores incluem uma série de fatos de ocorrências cotidianas na escola, tais como a incapacidade da diretora de colocar ordem na escola, de dialogar com a comunidade de professores, funcionários, alunos e seus pais, e ouvir suas reivindicações.
Afirmam, ainda, que a diretoria não dá a devida atenção aos problemas levados pelos professores como situações de bullying, bem como casos de violência e agressão entre os alunos e contra os professores, levando a um alto grau de adoecimento de docentes, que estão registrados em atas das reuniões deles.
Todos que passaram pelos bancos escolares, desde a infância, sabem que é comum as divergências e agressões entre as crianças, que estão aprendendo a se relacionar com outras crianças e no futuro com outros adultos. É nesse ambiente que vão percebendo quais atitudes dão bons resultados e quais são prejudiciais. Assim, formando uma personalidade adaptada ao convívio social.
O papel da escola nesse processo é muito importante, discutindo os problemas que ocorrem no interior da escola relacionando-os com a vida social. Esse é o aprendizado que vai além do conhecimento científico proporcionado.
É o processo de socialização em curso na sociedade, que começa em casa com os pais e segue no interior das escolas. Que tipo de pessoa vai resultar disso vai depender de como será levada toda essa situação pro parte do corpo docente e demais responsáveis pelas crianças. O que com certeza vai deturpar esse processo é a presença do estado armado dentro da escola, principalmente quando esse estado apresenta o padrão fascista de comportamento. A criança vai aprender que o mundo é mais violento do que está acostumada a perceber no dia a dia.
A escola é lugar para reflexão e discussão de tudo o que acontece na sociedade e nas ciências sem censura. Um espaço aberto ao desenvolvimento do senso crítico, formando seres capazes de desenvolver a sociedade levando-a à prosperidade. Portanto, não pode haver, em hipótese nenhuma, a presença do estado armado nesses locais. Apenas alunos, professores e funcionários.
A GCM e a polícia tem que ficar fora das escolas para sempre. O poder de polícia na sociedade precisa ser feito, urgentemente, por conselhos populares dentro das escolas, de bairros e de empresas. Com amplos poderes para nomear e substituir de imediato por esse conselho.
Nesse sentido, é preciso lutar para que as polícias, braços armados do estado burguês imperialista, devem ser extintas o quanto antes e substituídas pela população organizada em conselhos populares.