Neste final de ano a divulgação do último levantamento da situação carcerária no sistema prisional brasileiro demonstrou o verdadeiro inferno na terra que vivem quase 1 milhão de pessoas, esmagadas diariamente pelo sistema de opressão do estado brasileiro. No total, são cerca de 770 mil presos segundo as últimas atualizações, para um sistema prisional que tem capacidade para comportar cerca de 440 mil pessoas.
A superlotação dos presídios é apenas um dos fatores que fazem as prisões brasileiras serem verdadeiros campos de concentração, uma máquina de moer a população pobre, sobretudo negra. Para piorar a situação, destes quase um milhão, 33%, ou seja, 250 mil pessoas, ainda aguardam julgamento, estando presas por crimes que muitas vezes sequer cometeram.
Como não bastasse, ainda há cerca de 100 mil pessoas que encontram-se presas mesmo já tendo sido absolvidas ou terem cumprido todo o período de detenção. Muitos desses trabalhadores, vítimas da opressão da burguesia brasileira, se veem presos indefinidamente, sem qualquer perspectiva de saírem.
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Um dos relatos que mostram esta realidade é o de Carlos Wellington Moraes dos Santos, militante do movimento negro no ABC Paulista desde 1997, que descreve ao DCO a história de seu irmão Washington Moraes dos Santos, preso no CDP Pinheiros II desde junho de 2021. Segundo ele “um detento que se apresentou voluntariamente a essa justiça por duas noites consecutivas, após 8 anos foragido do sistema prisional. Pois devia retornar em janeiro de 2013, mas não o fez. O mesmo causou ótima impressão nos policiais civis e delegados pra quem se apresentou nos dias 07 e 08 de junho, sendo liberado pelo delegado de plantão na primeira noite por falta de um mandado de prisão constato no sistema”.
Logo após, Carlos conta que Washington veio a se apresentar novamente na noite seguinte após o mandado de prisão ter sido feito. O irmão de Carlos foi transferido para o CDP Pinheiros II para uma “reeducação” após ter ido a pé de outro estado para se apresentar à justiça. “Essa é a carta que recebemos dele após meses sem contato com ele e infrutíferas tentativas de fazermos a carteirinha pra o visitarmos no CDP Pinheiros II, uma carta escrita por um detento que ficou foragido dessa JUSTIÇA por mais de 8 anos sem cometer delitos e que, de repente, resolveu que deveria se acertar com a mesma”, relata Carlos.
Situações como essa se espalham por todo o país, trabalhadores presos sem qualquer base legal, esmagados em um verdadeiro campo ditatorial. Essa é uma situação que poderá apenas ser combatida com o fim do sistema prisional, a liberação de todos os presos que vivem na situação de superlotação e o fim da opressão ditatorial contra os trabalhadores.
É preciso acabar com o regime nazista vigorante no sistema carcerário brasileiro. Fim das prisões! Liberdade a todos os presos, negros, pobres e filhos da classe trabalhadora!