Donald Trump foi eleito em 2016 como o primeiro candidato fora do “sistema” controlado pelo principal setor do imperialismo nos Estados Unidos. Representando a enorme crise política do país, Trump e seu movimento veem promovendo um colapso do que era o Partido Republicano, para torna-lo de fato, um partido ligado à extrema-direita e sua figura. Após séculos de bipartidarismo político, onde Democratas e Republicanos alternavam o poder sob a dominação do mesmo setor do imperialismo, este novo movimento que tomou contra do Partido Republicano impôs uma dura derrota ao regime político do imperialismo.
Trump mesmo atacado pela burguesia, sendo inclusive censurado pelas redes sociais e obrigado a criar uma própria para se comunicar com seus eleitores, vem novamente se tornando o favorito para vencer as eleições presidenciais. Neste mês, nas eleições de meio de mandato, foi novamente o trumpismo o grande vitorioso. Com o total controle agora do Senado e da Câmara, a extrema-direita passa ter uma força consolidada no interior do regime, restando pouco tempo para a próxima disputa presidencial.
Pela ausência de uma política própria da esquerda norte-americana, que se colocou a reboque da política da direção do Partido Democrático, ou seja, do principal setor do imperialismo no país, o trumpismo vem crescendo como um suposto movimento anti-sistema da extrema-direita. Com a falta de alternativas e em meio a crescente crise do regime político nos Estados Unidos, a extrema-direita vem ganhando cada vez mais espaço nas eleições.
Os dados revelam a enorme crise que o país passa e serve de alerta para a esquerda de conjunto. Ao contrário do que pensa grande parte da esquerda, como por exemplo a esquerda pequeno-burguesa brasileira, a aliança com o setor “democrático” da burguesia, que é na realidade o setor do imperialismo, serve apenas para fortalecer o desenvolvimento da extrema-direita mundial. Como a esquerda não se coloca como uma alternativa ao sistema, a extrema-direita de maneira demagógica o faz. Nos Estados Unidos, está situação é expressa de maneira clara por Donald Trump e seu movimento que tomou conta de todo Partido Republicano, descompensando a balança do regime político há anos estabilizado pelo imperialismo.
Tentar reprimir a extrema-direita, apenas fortalece a concepção que são eles o setor que combate o falido regime imperialista. Sem uma esquerda ativa e não colocada à reboque do imperialismo, não há como confrontar o trumpismo.