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Sobre independência de classe

Esquerda Marxista descobriu agora que PSOL se aliou com Alckmin

Corrente do PSOL quer salvar o partido do pecado

Algumas correntes internas do PSOL, em particular aqueles que tentam parecer radicais e revolucionárias, lembram, com o perdão da comparação, uma freira dentro do bordel. Todo o tipo de orgia acontecendo e ela lá, tentando convencer as prostitutas e os clientes a não fazer sexo.

Um caso interessante é da Esquerda Marxista, um pequeno agrupamento que até a época do golpe era uma corrente dentro do PT e com as movimentações golpistas da direita começou a acusar o PT de ser burguês e conciliador, abandonou o partido no momento mais agudo do golpe de Estado, e foi para o “puro e ilibado PSOL”. Notem, por essa história, que a Esquerda Marxista está acostumada a fazer o papel de freira dentro do bordel.

No mês passado, dia 22, a Esquerda Marxista publicou uma “Carta Aberta ao Diretório Nacional pela independência do PSOL” onde implora que o partido não participe da equipe de transição do governo. Na verdade, pede que a executiva do PSOL reverta a decisão de participar.

Da nossa parte, que apoiamos Lula incondicionalmente desde antes da oficialização da candidatura, mas que sempre nos recusamos a fazer parte de coligação ou assinar programa conjunto, precisamos ser justos com o PSOL. É uma injustiça a Esquerda Marxista pedir isso da executiva do partido depois de ter se esbaldado em todo o tipo de aliança direitista na eleição.

Na verdade, o chamado da Esquerda Marxista é um jogo de cena. Como corrente do PSOL, eles abriram mão, assim como todo o partido, de qualquer independência política. Agora, que os oportunistas do partido querem usufruir dos cargos, a Esquerda Marxista clama pela moralidade.

Quem lê a carta, tem a impressão que a Esquerda Marxista descobriu só agora que Alckmin está no governo. 

“Lula já afirmou que Alckmin será tratado como o próprio presidente da república e é Alckmin quem chefia o governo de transição, pactuando com o governo Bolsonaro a continuidade da política econômica. Aliás, basta ver a composição do governo de transição para ter claro que não se transitará em favor dos interesses da classe trabalhadora. O governo Lula-Alckmin será um governo de união nacional, a serviço dos interesses da burguesia e do imperialismo.”

A presença de Alckmin na chapa de Lula sempre foi criticável. Mas o PSOL fez parte da coligação com Alckmin vice, a Esquerda Marxista descobriu só agora que Alckmin fará parte do governo?

Dizer que o governo Lula será um governo a serviço da burguesia e do imperialismo é uma falta de senso da realidade. Desde o início da equipe de transição, o comportamento do chamado mercado é totalmente avesso a Lula, que declarou que não vai respeitar o teto de gastos, por exemplo. Se isso significa ser um governo do imperialismo, as coisas mudaram muito no mundo.

A Esquerda Marxista, que como dissemos, fazia parte do PT em todos os governos até 2016, ou seja, era conivente com toda a política de conciliação do PT, inventou a ideia de que o próximo governo será pior do que os outros. Nós compreendemos que a Esquerda Marxista precisa tirar o corpo fora, afinal, como explicar que eles fizeram parte de um governo mais direitista do que o que eles criticam agora? Mas a vontade da Esquerda Marxista que seja assim, não significa que será assim.

O Brasil encontra-se numa situação política muito mais polarizada do que era nos governos anteriores do PT. Essa polarização, que empurrou Lula para a vitória eleitoral apesar de toda a situação adversa, impede que o próximo governo seja tão direitista. As declarações de Lula já mostram isso.

Mais à frente, a carta se contradiz ao dizer que “o que se prepara no Brasil é um acirramento da luta de classes, com choques brutais que resultarão em desenvolvimentos imprevistos e sem precedentes. O governo Lula-Alckmin governará para o capital, aprofundando a retirada de direitos e a repressão”.

Novamente a afirmação de que Lula governará para o capital. O interessante é que, a Esquerda Marxista admite que haverá acirramento da luta de classes, coisa que já está havendo desde o golpe, mas como esse acirramento vai se expressar? Ele se expressou primeiro numa mobilização pela candidatura de Lula. Agora, logicamente, vão se manifestar numa pressão popular sobre o governo Lula.

Para a Esquerda Marxista, o mundo é uma grande abstração. Tanto é assim que nem se dão conta da análise absurda que fazem ao dizer que o governo Lula vai aprofundar a retirada de direitos e a repressão. Se isso fosse verdade, a Esquerda Marxista apoiou um candidato mais direitista que Bolsonaro, como pode? Essa é a conclusão do que coloca a carta, Lula é pior que Bolsonaro pois vai aprofundar os ataques.

E depois de tudo isso, a Esquerda Marxista clama para o PSOL manter “sua independência e organize um polo de resistência aos ataques do governo Lula-Alckmin”. Sobre independência do PSOL, novamente, é como querer clamar pela virgindade de prostitutas. O PSOL já mergulhou na orgia toda, já se lambuzou.

Mesmo assim, a Esquerda Marxista quer o PSOL como oposição ao futuro governo. A Esquerda Marxista tem tanta certeza, não se sabe como, que o futuro governo será de ataques que quer o PSOL como oposição de princípio.

E continua: “No caso de ataques da direita bolsonarista ao governo Lula, o PSOL poderá atuar em frente única na defesa do governo, mas assim como fizemos na luta contra o impeachment de Dilma, com independência”. Mas por que a direita atacaria o governo Lula se ele será até pior do que Bolsonaro.

A Esquerda Marxista, com essa posição, está ela mesma justificando não uma frente única com o PT em caso de ataques da direita, mas uma frente única com a direita golpista.

A preocupação de freira da Esquerda Marxista não se justifica. O PSOL no governo Lula é apenas um caminho natural depois da adesão completa do partido à conciliação de classes. O PSOL não é – nem nunca foi – um partido ilibado como quer acreditar a Esquerda Marxista. O futuro governo será um governo de conciliação, é fato, mas não um governo do imperialismo. Para um partido revolucionário, participar de um governo como esse é um erro grave, mas para o PSOL, do qual faz parte a Esquerda Marxista, é a coisa mais natural do mundo, porque nunca foi um partido socialista, menos ainda revolucionário.

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